quinta-feira, 9 de abril de 2015


 



 
Histórias da Pizzânia 
ou a Grande Festa dos Ratos.

                                                 
Será que nós todos pensávamos que todos os escândalos em sequência, os que deram em pizza e o que ainda vão dar, os que não foram divulgados ou punidos e nunca serão, ao final, numa evolução histórica de governos feitos da farinha do mesmo saco, não trariam consequências, traduzidas em dinheiro, com visível prejuízo ao Tesouro e ao serviço público de saúde, transporte, educação etc?
Ora, a bola estava crescendo de há muito com está tendência de sempre transformar ou oficializar o interesse particular em interesse público. A crise econômica externa pode ter até tido sua parte, mas o centro do problema está no caráter, na personalidade, portanto, no individual dos que se alimentam dos tantos negócios públicos e do promissor balcão de negócios que esquemas muito bem feitos sustentam para garantir verbas para as eleições. Ou será que são esquemas de grupos de indivíduos isolados, extraordinariamente megalomaníacos, que desejam de modo desenfreado sentir-se importante, enriquecer para acumular fortunas que superam em milhares de vezes qualquer ambição particular de casa-veículo- aposentadoria?  Mera vaidade, ganância, desejo de Poder, esforço de sobrevivência e desejo de se garantir, o hedonismo cultuado pelo ocidente refletido na super valorização do bem–estar, do bem-viver e conforto pessoal?  De certo modo esta atividade apátrida, encheu as ruas de carros importados, de apartamentos de luxo, de lojas, restaurantes e barzinhos para lavar dinheiro, empresas de franquias onde não há movimento suficiente para justificar o rico aparato montado.  Um tipo de progresso, mas de origem e destino temerários.  Qualquer ser de inteligência mediana pergunta a si mesmo, para que tanto dinheiro; será que a posse de milhões de dólares na Suíça ou Mônaco ou sabe se lá onde em contas particulares,  seriam de proveito só destas figuras agora escrachadas?   
Seja qual seja a resposta faltou amor ao Próximo, honestidade, seriedade, amor à Pátria, seus trabalhadores e pagadores de imposto. Imperou a cultura do “ agora eu vou me fazer”. Imperou a bandalheira, a má-fé, o abuso do poder, o teatro montado para quebrar a meritologia, etc.  Mandou a turma da banda podre, dos piratas, dos ratos, do Capitão gancho.
E os ratos tiveram seu dia de posse, em que certamente se sentiram glorificados e isentados de seu passado. Muitos já eram ou passaram a ser objeto de posse de um sistema corrupto e corruptor. De modo que no dia glorioso da posse dos ratos, qualquer cidadão honesto e pagador de impostos, diante de tanta pompa e circunstância, sentiu-se inferiorizado,  humilhado e diante de tantas celebridades escolhidos a dedo pelos deuses do momento, todos mostrando ser tão justos, virtuosos, pertencentes à nata e de competência insondável. O cidadão comum e humilde, certamente frente a este coquetel de almas tão elevadas e puras foi  invadido pela sensação de não ser “ninguém”, ser meramente um cidadão inexpressivo na Pátria. 
Já o empossado, eleito ou não, julga-se o “escolhido”, o centro do universo, portador de um cheque em branco, mas logo terá que operacionalizar coisas do sistema, se desejar continuar. É o jogo a ser jogado. A euforia inicial dá  então lugar à agonia ou à perda do senso de realidade, mas a  impunidade é prometida pelo esquema, face o poder e as garantias ofertadas. O empossado, se honesto inicialmente, torna-se cego, pensa-se tão protegido por quem serve. Que pedidos terá que atender? O que serão obrigados a fazer no mundo de favores, vender a alma, ir contra suas próprias convicções? Que mudanças terá que aguentar? Quanto teatro terá que montar? Quantos técnicos e pessoal interno terá que afastar e maltratar, quantos outros serão usados e serão servis a seus planos de intenção pré-determinada? Tudo pelo todo, pela a causa maior, pelo  “interesse público” do momento. Mas se eufóricos e crédulos empossados sofrem a perda da virgindade, a corrupção da alma e da dignidade num servilismo cego e talvez ameaçador. O caso é que poucos desistem, muitos aguentam a prostituição da personalidade.  Muitos não hesitam em criar seus pequenos reinados com servos, bajuladores e adoradores para quem são verdadeiros “reizinhos”. Sabem que estão sendo usados, mas esquecem disso pela enganosa sensação de poder, salário,comando. O Poder seduz. Todavia, o esquema os descartará impiedosamente se errarem em algo, e não haverá cerimônia de saída. Desaparecerá toda a pompa inicial e o Ser, uma vez tão iluminado, sairá sem graça alguma, rejeitado pelos chefes do esquema que pelo corporativismo silenciarão.  Assim, usado e triturado, o pobre Ser nem será  lembrado, mas o esquema continuará. Quando e se for descoberto, o bagrinho será o exposto, isolado, abandonado, mas será verdadeira estrela, embora cadente, na CPI, no Gaeco, na imprensa e na TV.  E parte da população já desencantada e temerosa quanto ao amanhã, levando duchas diárias de negativismo e más notícias que invadem seu lar, ainda olha boquiaberta as notícias sobre escândalos de proporção jamais revelada, algo gigantesco que revela as entranhas do Poder e do mundo político. Assiste  à hipocrisia, a cretinice, a dissimulação, o teatro e a mentira da escusa e ainda o Legislativo querer passar que seus membros são isentos e que a corrupção está só no Executivo. Guerra de palavras entre os Poderes da República e o balanço das Instituições. Por vezes o país do bizarro e do incompreensível, do ilógico e do absurdo.
É de se imaginar como os ratos, momentaneamente elevados a posições de mando, se sentiram ao saber que iriam ser pegos. Será que sentiam algo, será que imaginavam-se mesmo inatingíveis e protegidos pelo manto sagrado do Poder de seus protetores? Onde e quando ganharam confiança e passaram a aprender tais esquemas complexos de desvio, fraude, lavagem e repasse? Onde começou o aprendizado de seus idealizadores? Como foram aperfeiçoando tal tecnologia, quem os assessorou, quem os mandou? Será que nunca pensaram em coisas comuns como honra, dignidade do nome de família, honestidade, etc que amedrontam qualquer homem  justo como  cidadão comum? Será que nunca pensaram em sua família, mãe, pai, filhos, netos? Quem os cooptou para  o papel de operador? Qual a promessa feita que tenha valido pelo risco de cair em desgraça histórica. Ou será que pensavam tornar-se heróis de uma aventura maior contra o “establisment” que tinham como inimigo do povo. O que será que passou e passa na cabeça desses infames? Infames municipais, estaduais e federais com sua constelação de auxiliares e puxa-sacos para operacionalizar a quebra do orgulho nacional, já tão abalado pela síndrome do vira-lata. Nosso temor é que não se intimidem que tudo vire pizza jurídica num processo sem fim e num país onde os infames se acuados e perturbados em seu reinado  perguntam “ que país é esse? “ E como não acreditar que não se intimidarão,pois enquanto este mega-esquema passava desapercebido e navegando em mar de almirante, o país era distraído com o escândalo do mensalão, agora diminuído em centenas de vezes, face à brutalidade do escândalo mais recente. No mesmo tempo nos distraiam como pré-sal, como desastre do império do Batista, os preparativos para a Copa do Mundo, os 7 a 1 da Alemanha, além de episódios de operações menores da corrupção local de cada município e estado.  Ninguém imaginava que este pano de fundo fosse mais roto e encardido do que o cenário visível.  Uma bandalheira inominável, um ato terrorista sem igual que só não amedronta quem não tem coração pelo Brasil e ainda tenta proteger tais pessoas. Como não acreditar que tudo neste país não é um “golpe”, um “grupo” como se dizia? Na iniciativa privada ou na iniciativa pública nada dá certo , nada tem continuidade.  Onde há espaço para o investidor particular ou oficial como as fundações de previdência aplicar suas reservas e contribuir para o progresso do país? O mercado está humanamente podre, “suas ideias não correspondem aos fatos e suas piscinas estão cheias de ratos”, como dizia Cazuza, o qual na época não conheceu o mosquito da dengue.        
Enquanto possíveis novatos se adaptam, velhos ratos já sabem o que fazer e possuem prática de como engolir sapos. Velhos ou novos todos sabem ou aprendem a saber que as regras do jogo estão expostas. É cultura nacional do mundo político, que hoje esqueceu o povo e vive num todo que se gera e se basta com regras e normas próprias de sobrevivência e existência. Um funesto, mas eficaz, sistema de barganhas e achaques garante uma mútua amarração e comprometimento de todos de modo que corvo não comerá corvo e todos terão que proteger uns aos outros. É o sistema da Pizzânia, onde tudo tende a virar pizza para o bem geral nos Municípios, Estados e União.  É uma cultura imposta para garantir a manutenção do Poder pelo Poder. Não ousemos pensar que isto tudo é feito para possibilitar melhores condições de vida para todos do povo,  para beneficiar os miseráveis existentes e as alarmantes situações de caos social. Lá na Amazônia, no serrado, nos pampas, no seringal, no drama violento das cidades grandes e pequenas tudo está pior e piorando, enquanto bilhões de dólares são desviados para o exterior e a Nação empobrece e compromete o futuro de gerações. No dia a dia as pessoas se esforçam ao máximo para viver dentro de apertados e mínimos orçamentos possíveis numa agonia de 30 dias e num suplício semanal com péssimas condições de mobilidade, saúde e alimentação etc, sendo exploradas até o limite em sua fé e esperança. Mas os piratas continuam em sua festa louca de megalomaníacos e apátridas. Comprometem empresas, a vida dos empregados, das famílias, da educação, da juventude e da infância .
O mega sistema montado avança para o mundo sem limite. Seus idealizadores sentem-se superiores à Pátria que pretendem usar e abusar. Nada os detém. Tais sistemas de corrupção e lavagem de recursos não foi idealizado ontem. Deve outrossim ser fruto de anos em décadas de aprimoramento em camadas inferiores do jogo de Poder até atingir os níveis de domínio como vemos agora. São esquemas que envolvem uma arquitetura feita por pessoas que conhecem todos os sistemas  desde o industrial, bancário, financeiro, comercial, político etc.
Assim, enquanto trabalhamos e levamos nossa vida no dia a dia da nação, os ratos assaltam, fazem suas operações, estendem seus pontos de lavagem. Dá para imaginar a intensa atividade através de reuniões, viagens e telefonemas durante o dia e à noite. Se toda esta criatividade e expertise, energia fosse usada para projetos a favor da Nação e do seu povo, tudo seria melhor. Mas tais Seres poderosos e tão elevados  certamente não pensam nisto. Preocupam-se em fazer a grande maracutaia perfeita, uma que seja  totalmente invisível e que não deixe nada escrito. Aliás, quem usou este termo pela primeira vez no cenário político? Curioso, não?    
Enquanto o país produz, paga impostos, pessoas trabalham para pagar suas vidas sofridas, os ratos comem e se fartam em milhões de operações e bilhões de dólares e euros, somas inimagináveis para o uso de um mero indivíduo e suas necessidades mesmo se exageradas ao extremo. 
E apesar de entidades heróicas como a polícia Federal e o Ministério Público, tudo persiste. Enquanto uma mega operação  traz diariamente notícias que escandalizam o país, muitos do povo já vão esquecendo escândalos anteriores e nem imaginam os que possam estar sendo operacionalizados nos vários níveis da Administração. Tudo persiste e o crime organizado não se  afasta. Parece que fica mais forte e encorajado. Os ratos não se amedrontam. Os criminosos perderam o senso, a consciência. Alguns vão para a cadeia onde continuam com regalias e festas, segundo noticiado, parecendo que não foram tocados em sua individualidade. Sorriem como se nada estivesse ocorrendo e com certeza de que tudo dará em nada. Têm um sorriso de escárnio e mofa quando questionados até pela Justiça. Seus esquemas sofisticadamente estruturados, detonam empresas públicas e privadas sem piedade, queimam a bandeira nacional. O que passa na cabeça desses infames? Será que pensam “ se der certo, a causa estará vitoriosa” ou “ se der errado serei mártir da causa”. Certamente alguns “guevaras” pensam que a história os levará como heróis da “luta”. Que sistema produz tal servilismo e cegueira?
Concomitantemente com as operações em andamento quantas outras estão ocorrendo. Escândalos são abafados para não prejudicar interesses pessoais ou coletivos de grupos do Poder de todos os níveis. É o corporativismo. Abafados porque envolveriam todos e desestabilizaria a rede social, a política a economia nacional ou local. É como uma cidade do interior ter parte de seus chefes envolvidos em algo criminoso , o que seria do “poder” ali? 
Tudo isto enoja o cidadão comum, envergonha o país e faz exemplo ainda mais nojento para a já torturada juventude atual. Este modo de gestão causa males permanentes, e arrisca-se dizer que no Brasil nada dá certo, tudo tem que ser customizado. Nada é aplicado como nos outros países, por graça divina nem terrorismo dá certo, mas muita filosofia ou modelo honesto também não. É o país onde se diz “ é imoral, mas não é ilegal”.  Aqui, pode-se gostar de alguma ideologia de esquerda ou direita, por simpatia, mas não se olha quem vai operacionalizá-la, quem estará no poder, sua origem e qualidade. Eis o erro que salva tudo e de certo modo protege o país, porque a incompetência sempre é neste campo uma benesse contra o radicalismo. Ora, facilmente se pensa que os alçados ao poder são seres iluminados capazes de se desvencilhar de suas características e condicionamentos como cidadão comum em seus desejos reprimidos, em suas demandas materiais insatisfeitas e nos seus desejos hedonistas prontos para serem revelados quando a oportunidade surgir.  Não tarda e  tais Seres  mostram suas garras e vão trair o povo alienado, robotizado e massificado. Logo, por vários métodos, fazem a traição da esperança e fé inesgotável do brasileiro. 2015 é sim a hora de começar a pagar e doravante será esta a rotina.       
 Falta luz, faltam estradas, a população não tem mais saúde, não tem quem onde se medicar, não tem segurança pública nem educação, mas os ratos não se incomodam, visam saciar-se com o dinheiro público enquanto os meios de comunicação dão notas diárias de já tradicional miséria. Quem entrou no Poder esqueceu do povo? Esqueceram dos sem terra, dos sem teto, dos sem emprego, dos sem crédito, dos sem dinheiro, dos aposentados vivendo à míngua, dos desempregados vitimados pela demissão gerada em empresas em decorrência destes escândalos etc? Como desdobramento também surgem os sem água, os sem luz e os sem gás. O que conseguiram esses facínoras de todos os escândalos, senão pisar no povo, que seus supostos patrões desejavam tanto proteger pelo menos para se eleger? Será que nós cidadãos normais nos esquecemos de pensar e considerar que tudo isto, numa sequência de escândalos, não teria consequências? Se não ocorressem falhas humanas na operacionalização do esquema, tudo iria continuar, nada teria fim, nada seria de conhecimento do povo.  Há bons funcionários públicos, técnicos em todos os órgãos e empresas, mas sem dinheiro nada funciona.  O dano causado atinge limites e desdobramentos bem amplos. São projetos,programas, pesquisas,obras que deixam de ser concluídas. O país perde imagem, credibilidade. Os investidores se afastam. O dano sai pelo mundo. O Brasil prejudicado. Gerações futuras comprometidas num futuro que terão que pagar mais.
O país perde, nós perdemos. Jovens ao ver todo um quadro decadente desistem de seus planos de vida, profissionais se aposentam, trabalhadores se desmotivam. A Nação perde energia.  O Estado enfraquece. As atitudes criminosas desmoralizam a autoridade, desmotivam o povo, arruínam o país. Há um esmorecimento, descrença em tudo.  Isto é crime ou não? O povo forçosamente alienado ou mesmo consciente já largou o Brasil aos políticos, como se nada do mundo político tenha com o Brasil. Uma espécie de delegação total. Todavia, o povo só acorda quando sente o bolso esvaziar. No mais, povo,  juventude e etc são levados a adorar os vários “ bezerros de ouro” que lhe são impostos no dia a dia.
Não é necessário ser grande estudioso para saber que tudo que se passa na sociedade pertence a uma evolução social que fará realidades futuras e trará consequências. Está nascendo, por causa destes canalhas, ratos destruidores, o desrespeito às instituições, às autoridades, aos representantes do povo, aos juízes etc, que parecem cegos pelos seus salários e posição superior e passaram a viver numa ilha da fantasia, num farol de marfim, como intocáveis. Este é também um dos sinais que levam a perspectivas negativas. Nada de bom é de se prever, se as coisas continuarem assim. Infelizmente, quem de sã consciência quer a desordem , a desorganização social?  O pensamento niilista é inaplicável . A quem interessaria tal degradação  a título de uma pretensa “revolução” ou seja lá o que for?      
O cenário pessimista aliado aos problemas financeiros de cada cidadão pode contribuir para momentos equivalentes aos dos antecedentes da Revolução Francesa, quando os nobres “ hoje políticos e autoridades” refestelavam-se em benesses, benefícios, salários, negociatas e regalias numa área pública já desfigurada pelo interesse afastado das missões do Estado. Políticos que uma vez eleitos adentram ou permanecem no  clube fechado ao povo, mas aberto a seus financiadores, seguindo a tradição de “prometer para se eleger, esquecer do povo para sobreviver” num meio que possui suas próprias leis e cultura. Foram pegos de surpresa com a queda do consumo e a queda da receita tributária; pensavam que o Tesouro era inesgotável e um maná da terra dos deuses. Não viram os sinais da falência.  Ignoram as consequências da má gestão, do desvio de tudo, dos erros repetidos, da cegueira e confusão da administração pública e sua ação depredatória da iniciativa privada podem levar à desobediência civil. Aliás uma administração para a próxima eleição, para garantir recursos e cheia de medidas para assegurar votos, sem medir consequências para os anos seguintes, só pode dar errado. O planejamento é para o aqui-agora, coisa de inconsequentes. As obras são para gerar sobras e só para agora. Criam-se obras e serviços para justificar desvios e quem se intrometer é punido. Muitos se calam perante o império dos poderosos caras, com medo de perder o emprego.  A evolução histórica disso tudo no tempo, todos sabem no que pode dar.  Em desespero os donos dos esquemas criminosos, da ciranda de um modo de administrar tradicional e de uma cultura política de barganha irão defender seu meio de vida, irão fazer tudo para manter-se no Poder, de modo que para o cidadão comum a única proteção é a  liberdade da Polícia Federal, do Ministério Público e dos setores de uma imprensa livre. 
A crise gerada é resultado de anos em séculos de descura. Consequência  da cultura arraigada “ aproveitar-se da coisa pública” Agora tudo está levando ao descrédito, ao descontrole das autoridades e das instituições políticas. O Executivo está acuado, o Legislativo está nervoso e mais hipócrita. O Judiciário, em sua torre de marfim, em vias de o ser. Por incrível nota-se que em certos casos ninguém tem medo da Justiça, só o advogado tem medo do juiz. Ademais a Justiça depende de seus auxiliares e da polícia, todos cidadãos alquebrados, descontentes e amassados que ao final de cada dia voltam para casa e encontram a mesma realidade de qualquer cidadão. Não se pode esquecer que a população carente será a mais apenada e que os fisiológicos respondem fisiologicamente, de modo que a violência e seu aumento será inevitável, justamente quando a administração em todos os níveis estará sem recursos.
2015 já está pesado. As consequências financeiras começam a se agravar e teremos que pagar por todas elas. Não adiantará chorar. Todavia, efeitos mais graves de se estar adotando modelos individualistas mal implantados estarão cada vez mais presentes na vida social.  Ninguém nota, poucos veem, mas no pano de fundo de todo o cenário nacional, já há graves resultados ocorrendo e sendo registradas em efeitos que são tomada por causas e vice e versa, todavia sem solução. Infelizmente só nos incomodamos quando prejudicam nossas contas e mesmo assim, até mesmo recentemente, verifica-se que nem isto é motivo para reação, tal a passividade geral.
Quem ainda tem o poder de crítica e análise, tenha-se por contente, por ainda estar com o pensamento livre e vivo.   
A esperança é que tudo isto que vem ocorrendo seja o final de uma época no país e começo de algo mais limpo,justo e transparente. Sempre temos esta fé e esperança , é o que salva e nos move.  
De tudo, há uma evolução e aprendizagem como povo. Nem o país nem a pátria irão acabar por causa desses maus exemplos. Graças à liberdade de  imprensa, hoje sabemos mais do que poderíamos saber há 30 anos atrás. Sabemos mais sobre a cultura política existente desde 1500, sabemos mais sobre a robalheira dos palácios públicos, que sempre existiu, desde a vontade de enganar a Coroa Portuguesa. Hoje tudo isto que nos arrepia e horroriza, faz parte da limpeza de uma cultura ultrapassada que se espera esteja no fim. Tudo é para melhor, se não for repetido.   Mas teremos que pagar por tudo e por alguns longos anos. Teremos que pagar pela cegueira de votar no candidato mais rico, galã, mais poderoso, no partido sem rumo, no candidato mais cotado nas pesquisas, que nunca mostrou seus planos etc.
Mas a perguntas é a seguinte: o que sabemos e poderemos saber, se não sair no jornal e na TV?  Mais escândalos e seus desdobramentos ainda irão nos surpreender. Fica a expectativa quanto a quem será punido e o que a Justiça fará com sua atuação. Qual tese dos advogados agora e quais os artifícios processuais que serão usados para livrar os acusados. A pátria burocratizada e enrolada poderá ainda servir de benesse a mais esses acusados aos olhos escancarados da população. Conforme o comportamento da Justiça, será a vez então do Judiciário na boca do povo. Há aqui uma responsabilidade de a imprensa não criar sensacionalismo e reportar fatos e atos tais que depois não se confirmem no processo judicial, que um mundo diferente com regras e prazos. A quebra da expectativa popular poderá gerar resultados inéditos nas ruas.
Nesta continuamos todos com os dramas diários produzidos pelo mundo das drogas, isento e intocável no seu centro, a máfia estrangeira e os episódios menores, mas não menos importantes de cada localidade.
O fato é que desde os nanicos escândalos da época Collor, o país só vem se descolorindo. O que mais teremos que ver e sofrer? Há de se conquistar o status de país de boa-fé, dos honestos na política e na vida?
Odilon Reinhardt.

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