sexta-feira, 11 de dezembro de 2015




 
Feliz Natal.

Mais uma vez chegamos a um final de ano. 2015, um dos mais  pesados no cenário da história nacional, movido a sustos e decepções diárias.  Enfim  o desmonte de um sistema corrupto e danoso para a Nação. Mas desde 1889, só mudou a intensidade, pois os problemas e as crises sempre foram as mesmas, muitas delas dentro das salas do mundo político, com portas cerradas para o povo, tradicionalmente alienado. O Brasil foi crescendo mesmo assim; a vida privada foi se desenvolvendo. Nossos antepassados nasceram, fizeram a vida, nos trouxeram ao mundo, apesar das inúmeras crises políticas e econômicas, de modo que agora, o mesmo estamos nós fazendo e vivendo apesar das crises dos Governos. 
 
Portanto, nesta época, cada um deve evitar que o mau-humor, as preocupações, as ansiedades e medos do futuro estraguem os momentos raros  reservados à família, aos parentes, aos amigos e aos colegas mais chegados. 

É a época de abstração, de pegar–força para continuar a caminhada em busca dos objetivos pessoais com mais energia. Necessário se faz ser otimista, pensar no melhor e valorizar a vida e o que somos e conseguimos. Abandonar o negativismo orquestrado pelos meios de comunicação com suas más –notícias diárias e quase sempre politicamente tendenciosas, contagiando o ambiente familiar e das empresas. 
 
Que cada um procure um momento de clareza e isolamento quanto ao contexto de desmotivação geral, a fim de buscar a luz no seu interior e ali ampliar os bons sentimentos e as sensações honestas e produtivas. 
 
Que possamos todos buscar consciência como início da revolução do modo de sentir e pensar a vida e a convivência , para que o existir tenha qualidade e seja melhor e possamos assim somar nosso pessoal esforço de crescimento interno a um esforço coletivo de progresso humano justo e sustentável. 
 
Estamos todos num processo inconsciente que precisa ser parado e substituído. É atitude pessoal e urgente, pois ao persistirmos neste caminho mau sucedido que tem feito a insossa vida adulta e corporativa, haverá consequências pessoais e coletivas cada vez mais graves, cada vez mais injustas e violentas, cujos sinais já estão presentes no dia a dia.  Não vemos nas empresas, nas ruas e nas casas pessoas sorrindo de satisfação, mas sim um silêncio perturbador de quem tendo razão, só pode olhar para o chão. Ou pensamos que tudo isto está certo e não dará em coisa errada? Estamos involuindo da 3ª para a 2ª dimensão e pensamos que está tudo normal. Com esta cegueira individual e coletiva, veremos logo resultados finais, pois todo processo tem começo, meio e fim.

Assim, aproveitemos este momento para pensar nossos pensamentos, comecemos a gerenciar o modo de pensar, para que sejamos sujeitos dos fatos de nossa vida e não objeto dos mesmos, jogados daqui para lá e vice–versa ao sabor da vontade dos outros e do tempo. 
 
Comecemos a quebrar este vaso de barro, façamos nosso próprio presente, buscando a consciência humana, como início de nosso progresso real e duradouro.   

Feliz Natal.
 
Odilon Reinhardt
 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015





Retidos na 3ª Dimensão.


Seres aprisionados
em cores, formas , sabores de suas coisas,
ondas e modas de dias assombrados.

O sistema conduzindo à cegueira coletiva;
a exploração dos defeitos da essência
cada vez mais lucrativa, mais atroz e ativa.

O desespero de muitos que nada vêem;
só seguem a corrente do dia,
sem saber como se livrar dos fantasmas que os prendem.

Manipulados, robotizados, conduzidos
estão longe de ser sujeitos da sua história
e seguem em fileiras de efeitos repetidos.

Transferem a obsolescência das coisas para a relação humana.
Já calculistas, frios , egocêntricos, materialistas e interesseiros
seguem uma rota de conflito e intriga que os engana.

São inconsequentes e vivem no aqui-agora,
pensam-se eternos em seu viver;
o conviver nunca merece atenção agora. 

Com seus umbigos,
não enxergam ninguém,
mesmo tendo na mente seus maiores inimigos.

Vivem, viajam, mostram-se para o exterior,
nunca olham para dentro de si mesmo,
não tem cuidado algum com o interior.

Seguem, são objeto dos fatos da vida,
só alcançam posição inglória,
não refletem sobre a qualidade de sua ida.    

Vivem uma vida de repetição e reações,
desejando obter resultados diferentes
e vivem nervosos com a contrariedade a suas intenções. 


Em repetidos erros,
usam meios de fuga na cultura hedonista,
alimentam seus defeitos de ego e fazem seus progressivos enterros. 

Em  cidades de sirenes, alarmes  e muita grade,
chegam a ter medo e ódio do Próximo,
arrastam a vida até o limite que os  agrade e degrade. 

Fazem da alegria falsa felicidade,
encaram um vazio profundo quando param a rotina,
são  ansiosos, impulsivos, depressivos, tristes com a realidade.

Elegem seus deuses,
seguem rumos transitórios, 
estão doentes com dramas enganosamente só seus.

Nasce o comércio da “salvação” espiritual,
que só age perifericamente,
mas não educa para a reestruturação em seu pensar universal.

Em busca da liberdade, em lapsos de sua rotina e visão,
pessoas procuram ajuda, palestras, leituras que as alertam,
provocando sensação passageira de leveza do Ser em ação.

Todavia, no retorno ao dia, na prática não sabem como incluir
elevadas mensagens em seu dia a dia,
por falta de referência num processo de repensar-se, crescer e subir.

Ficam retidos nos níveis inferiores,
fazendo a vida interior fenecer;
sofrem no corpo e na mente, muitas são as suas dores.

Cidadãos, pessoas, líderes, governantes, gerentes,
administradores da 3ª Dimensão repetem fórmulas
ainda não entenderam que podem mudar suas mentes. 

Nem sonham que tudo poderia ser diferente,
se cada Ser  revisse seus conceitos desde o ninho
e a vida optasse pela limpeza e pureza da mente.

Mas para alguns libertos da 3ª dimensão, já despertados, conscientes,
a esperança  de revolução pela soma de suas individualidades
que contribuam para a luz, o resgate e reconstrução de Seres excelentes.

A Humanidade em etapa superior de seu fluxo evolutivo despertará
para níveis superiores da existência espiritual
e a vida na Terra será  passagem de compaixão que se estabelecerá.

O sistema de vida terá outra concepção,
com Seres superiores desde a mais terna idade
e haverá sucesso material diferente do atual e enganosa destruição.

Até lá, cabe aos despertos, libertos alertar
para um caminho de revisão dos padrões atuais e como será viver
em um mundo material por princípios essenciais a resgatar. 

Nas religiões, ciências, artes e filosofia
muitos de talento tratam lentamente do refinamento e melhoria pela virtude,
procuram libertar os Seres da escravidão do ego no sistema de cada dia.   

Com muita humildade, os que se libertaram
deverão lançar mão de sua sabedoria universal, gnóstica , holística
e com solidariedade e compaixão alertar aos que no dia afundam.  

Porque o resultado coletivo até agora na realidade
é de insatisfação, vazio, depressão, ansiedade e violência 
e muitos estão vivendo bem longe da qualidade. 

Odilon Reinhadt
 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015




                                                  A nau dos piratas.
  

Todo mundo socado na nau. Gangsters buscando sobrevivência em meio a tantos outros marinheiros de primeira viagem e inocente pessoal de bordo, que veem seu idealismo afundar no emaranhado e na confusão.
A nau percorria mares tranquilos, sempre no mar de almirante em céu de brigadeiro. Nada parecia perturbar seu rumo, sem transparência com porões abarrotados de moedas.
Todavia, oficiais e marujos mais ambiciosos provocaram o motim. Não foi por acaso, mas a nau parou em noite escura com alerta de tempestade. Tornou-se um barco dos horrores, enquanto o povo ribeirinho observa, inerte, pasmado e incapaz de reclamar dos espetáculos dantescos e kafkianos que são noticiados diariamente.
Os ribeirinhos, guiados pelos holofotes da imprensa e na TV, reagem conforme é dado foco em imagens caleidoscópicas. Enquanto o show se desenvolve, os ribeirinhos, agrupados às margens da mídia, são roubados a conta gotas, sendo, portanto, chamados a pagar o aumento das contas de tudo. Seus bolsos são esvaziados, mas seguem em sua rotina de longo tempo sofrida.
O show da nau preenche o pobre cinema diário. Todos os dias chegam à terra escaleres com piratas que vão para a prisão. Perguntam: “que país é este?” Da plateia desempregada ou mal aposentada, em qualquer caso endividada, pode-se ver o palco das mil surpresas. É o desmonte de impérios pessoais dos piratas, mansões, carros de luxo, fazendas, obras de arte, firmas de lavagem de dinheiro. Não deu certo o esquema tradicional montado por assessores e especialistas de várias profissões. A receita, a cartilha do esquema para assegurar o enriquecimento ilícito e a eleição e a reeleição de propinados não deu certo. Economistas, contadores, advogados e todos que ajudaram a pensar e montar o sistema de lavagem foram reprovados.
Denúncias e mais denúncias diárias aparecem. A nova supera a anterior.
O fascismo do discurso dos piratas em escusas e fugas é impressionante. Nunca se mentiu tanto e com tal cara de pau. Frases de efeito, negativas esdrúxulas são usadas para tirar o corpo fora. As negativas são absurdas, tendo o povo com néscio, burro e imbecil.
Os nobres e reis da República veem a nau em apuros. Há barcos da alfandega por todos os lados, klips e bergantins seguem a nau, cuja gávea tem a bandeira do “Jolly Roger”, a famosa caveira com ossos cruzados, já a meio mastro.
Todo mundo envolvido, lutando para salvar o prestígio, a vaidade, o orgulho e a própria pele, um em detrimento do outro no grito de salve-se quem puder, mesmo sabendo que salva-vidas e escaleres foram retirados, tantos já foram os presos enviados para terra. A atração é diária, superou até o futebol de clubes falidos. O discurso é falido, mentiroso, não vale mais o “se colar colou”. A nau perde contato com os portos, seu pessoal de terra e os inúmeros armazéns em ilhas, onde se escondia o “money“, o “stach (muamba)” bilionário e eram lavadas todas as finanças em empresas de fachada ou não.
O terror é generalizado, afeta a todos e as prisões se preparam para receber os “vips”, os quais eram tidos como intocáveis, uma casta, não como na Índia, mas aqui superior.
Na nau, como metáfora, está sendo encenada uma ópera bufa que deixa qualquer um no chão. Nunca se viu obra tão ruim, tão ridicularmente representada. Na nau o conflito interno é explícito. A equipe do som não se entende com os figurinistas e os atores, todos de alta qualidade, perdem-se no palco. O script já se perdeu. Cada um segue o seu próprio. A plateia não entende mais nada. O mocinho da hora vira bandido, o rei vira bufão, a rainha vira megera indomada; os palhaços viram a mesa e os menestréis cantam e tocam músicas e letras fúnebres. O desencontro é o desconcerto. A harmonia some com o ar vindo do aparelho de ar-condicionado, barulhento e de ar quente espalhando mofo. A bilheteria perde receita, mas inventa recobrar os ingressos do que já pagaram, como última alternativa. A nau está encalhada.
Lá fora a polícia e a promotoria portuária atuam seriamente e a Justiça vira a única chance de vingança popular.
Os ribeirinhos aguentam, toleram, aguardando o fim da ópera bufa vista na nau pirata. E a visão promovida só existe porque a imprensa e a TV se interessaram pelo sensacionalismo momentâneo, parcial e lucrativo. Talvez alguns não hesitariam em ajudar a silenciar tudo, se fosse esse o interesse.
O histórico da nau aponta que a mesma desde há muito tempo, já era um castelo flutuante, sendo a habitação divina de famílias ditas “nobres' que viviam em décadas de euforia e deslumbramento. A farsa chegou ao fim na época da informática a favor do controle externo da Adm. Pública. O cruzamento das informações. O esquema todo não contava com o parelhamento da Polícia Federal e do Ministério Público.
O tempo de fascínio, euforia, sensação de poder ilimitado, o deslumbramento dos megalomaníacos, hedonistas, individualistas e impunidade está em crise histórica. Talvez esteja sendo promovida a última regata dos resquícios do Império na República Nova, onde o coronelismo ainda manda.
Talvez a identidade dos ribeirinhos com a dos eleitos e seus nomeados podemos sintetizar no sonho cultural de "agora eu vou me fazer" . talvez isso tudo possa enfrentar um choque e significar uma troca de paradigma e isto sirva de modelo para as novas gerações, mostrando a elas que há consequências para a Nação, que há punição e que hoje estamos mudando o Brasil.
Os ribeirinhos pregam o fim deste teatro medíocre e oficial; é o que diz e deseja o silêncio barulhento na mente de cada ribeirinho. A vontade de colocar fogo na nau é geral e popular, mas contida pelo caráter pacificado dos ribeirinhos, esfomeados e cativos de suas contas e responsabilidades. Tal vontade impera mas é transferida para as instituições, a Lei e a Justiça.
Talvez a punição inédita na nau e seus portos, possa acabar com cultura política e suas mazelas bem como costumes tecidos ao longo da história, num sistema de propinagem, entrelaçamento de acertos em proveitos pessoais, troca-troca de cargos, nomeações e benefícios asseguradas por proteção mútua e pela prometida impunidade. Será então um novo tempo, um em que a terra possa prevalecer, trabalhar para produzir e ter segurança e estabilidade num objetivo comum de preservar a Nação, a Pátria dos honestos, não mais a nau dos piratas, feita para/ por/ pelo bem de tais piratas reais, bucaneiros e flibusteiros, onde o teatro é ainda o de peças da nobreza nos corredores de palácios, sem qualquer transparência, onde tudo se faz e tudo se esconde numa verdadeira monarquia republicana, esta protegida ainda pela burocracia.
Ou a energia das Instituições, ainda preservadas, acaba com esta nau ou ela acaba conosco, hipótese já em curso.
Esta nau e esses piratas, acostumados a um modo de ser histórico e intocado por séculos, desta feita arruinaram o mar, a terra e os céus. Gerações futuras sentiram os efeitos graves de sérios dos erros de fundo.
Poderá ser um novo tempo sem eles, mas o povo pagará por tudo. Perderão suas empresas, seus salários, suas chances de vida, carros, estudo e a vida se amoldará às dificuldades. Nas páginas da História, ficarão registrados os momentos que detonaram parte do tempo futuro.

Odilon Reinhardt.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015


                                               


                                               

                                                Erros fatais de essência.
   

  
O esquecimento da relação entre o ser humano e seu instinto e a obliteração de que somos todos Natureza parece ser a resultante mais característica e grave de mecanização da vida em hábitos e pensamento.

Criados para sermos o resumo do potencial de todas as virtudes, qualidades e essências da Natureza, o Ser Humano cria sistemas para viver, que o afastam de sua origem, sob o pretexto de estar progredindo, evoluindo. Infelizmente está ficando cada vez mais doente. A inconsciência remonta ao tempo das cavernas. As consequências são tamponadas no coletivo, mas sentidas individualmente ao seu devido tempo. A Natureza cobra o desrespeito e o afastamento com que vai sendo tratada.

No passo de um caótico progresso material de duvidoso proveito, o individualismo egocêntrico preenche as lacunas deixadas pelo abandono do ser interior. O vazio expande-se no íntimo de cada um e é preenchido por coisas e eventos supérfluos, passageiros, e sem qualquer benefício para a vida de qualidade.

Todos os dias, observa-se o reflexo de tal proceder nos mais variados aspectos do relacionamento humano, familiar e ou corporativo. Cada vez mais verifica-se o surgimento de consequências desastrosas, originadas por decisões baseadas no desequilíbrio, o qual ignora a contextualização, a história, a conjuntura e a visão sistêmica, mas impõe a intolerância, a prepotência, a falsidade, o fascismo, a mentira e o teatro da ópera bufa.

O indivíduo surge artificial, plástico; afasta-se da natureza e torna-se fraco de caráter, personalidade e alma. Torna-se fluído, permeável. Vende-se, entrega-se inconscientemente para qualquer sistema. Compram-lhe a alma, a vida, o destino e a própria existência. Torna-se um joguete ao sabor dos acontecimentos.

Quem se afasta da Natureza e não mais se sente como parte dela, não pode ter amor a si, amor ao Próximo, à Natureza e ao seu país. Torna-se um objeto, manipulável, um elemento perigoso para o próprio Ser Humano, pois suas decisões refletem o caráter frio, calculista, matemático, insensível e altamente venenoso de seu interior . Um perigo para o seu povo.

Sim, distante da Natureza, esquecendo que é parte dela, o indivíduo esquece a vida de aprendizado e sabedoria, não se coloca mais como sujeito dos acontecimentos que ocorrem fora de si, que agora são o sujeito enquanto ele passa a ser o objeto.

Estamos todos deixando que isto ocorra. O pano de fundo está sendo despercebido, eis que o teatro da vida corre embaçando e enganando a plateia. Há tanto pão e circo no dia à dia que não se olha mais o pano de fundo que está sendo subliminarmente reformado pelos princípios do individualismo egocêntrico e de um materialismo, totalmente averso à Natureza, e que vai lastreando-se num absurdo hedonismo que por sua vez estimula o acúmulo de tudo para além das necessidades normais do ser humano.

Aumenta geometricamente o número de pessoas vazias, desfocadas, sem objetividade pessoal. Fracas, condicionáveis, dirigíveis, tornam-se objeto guiadas por novos deuses como o da aparência enganosa , que é a fantasia da existência. Vivem uma vida que não é a mais a sua. Mostram-se numa figura, mas não a são. Só parecem ser e isto é que vale. São agora objetos controláveis. Fazem construção de um castelo de areia, de cartas, de barro, que um dia vai desabar sobre sua cabeça impiedosamente. Tudo e todos a sua volta no mundo exterior serão demônios e fantasmas de sua própria vida interior, onde ficará confinado numa prisão de horrores.

O indivíduo-objeto não é um Ser, passou à condição de anti-ser, mas isto, agora ninguém repara nem discrimina, já que sua quantidade torna-se enorme , um modo de ser aceito e inconteste. Castelos de areia já desabam aos montes, mas isto é tido como problema individual e nunca coletivo. O circo pega fogo em algum setor, mas a plateia é levada a crer que é parte do espetáculo e assim todos ficam contentes, ignorando a mentira e qualquer um que a aponte.

Assim, o indivíduo-objeto vive uma vida confusa de realidade eufórica, longe de um Ser que deveria aproveitar a existência para aprender pelo amor, pela experiência positiva, acumulando riquezas no seu interior, produtivo, criativo, como expressão de sua boa consciência.

Assim, contrariando a Natureza, encontra-se perdido, joguete do Poder em seus vários níveis e modalidades, boneco da realidade, incapaz de determinar seu destino e controlar seu caminho. Não possui boa referência e é facilmente idealizado por sistemas que o controlam. Robotizado, massificado e conduzido por interesses é explorado em todas as suas necessidades humanas.

Pessoas há aos montões que ficam à mercê dos acontecimentos ao invés de serem sujeito de si mesmo, podendo controlar seu destino e sua existência, tornam-se soldados de planejamentos de sistemas piores.

Servis e subalternos, nesta sub-condição humana, doam-se ao material, aos seus chefes superiores que são os pilares do individualismo egocêntrico. Perdem o controle de si e operacionalizam o que lhes passarem como útil e necessário. Diplomados ou não, são todos meros operadores, construindo castelos de areia, que pensam serem eternos, mesmo que o do vizinho esteja desabando.

No geral, esquemas superiores permitiram que o conjunto de pessoas robotizadas fossem também controladas por um país onde impera a feirinha de eletrônicos / informática / medicamentos, transformando o país numa tenda falida de experimentos do comerciante sem ética nem moral. O nosso enjambrado e customizado individualismo aproveita-se da ignorância e cegueira geral.

O indivíduo vive para si, com seu umbigo, último resort de sua individualidade explorada e estuprada no dia à dia. Vê tudo, mas não entende nada na enchente de informações e desinformações do dia a dia com vocabulário técnico usado para afastar o entendimento e notícias truncadas para quem puder entender deixar de fazê-lo. A crítica está ausente, a criatividade é conduzida, o interesse coletivo inexistente, a falta de esclarecimento ilumina a ignorância, o fisiológico reage fisiologicamente em ações e reações mudas mas violentas; a produção de conteúdo é escassa, a alienação é a constante. Mas o indivíduo se acredita como eterno e poderoso, intocável, protegido pelo sistema a que inconsequentemente serve.

Serve inconscientemente como mero seguidor. Vive para si e seus prazeres e divertimentos, mas sente rapidamente o tédio e o vazio. Não sabe ficar só mas não sabe mais interagir com qualidade, é superficial e incapaz de ensimesmar-se e refletir sobre seu caminho, exige rapidez em tudo e transfere a obsolescência dos objetos materiais para a relação humana. A sociedade tem tudo cheio de nada; gera ansiedade pelo medo de perder ou não ganhar e pelo medo de perder o domínio sobre as coisas, pessoas e eventos; gera depressão em pessoas que procuram garantir-se através do acúmulo de bens materiais, os quais colocam como prioridade .

Sempre a ganância, o ganhar-ganhar, o tirar proveito e vantagem. Acumular mais, muito além da necessidade pessoal e familiar. A segurança não está mais no interior da pessoa, mas em seu exterior, nas coisas que possui. Está no castelo de areia e na mente que na fraqueza da mente que o fez. A pessoa é levada a colocar o Ser e o Ter fora de seu interior, pois tudo fica nas coisas e no status aparente que ostenta.

Os sistemas com seus princípios e valores, modelos mau pensados e copiados desequilibraram o Ser Humano. E aqui no nosso país, já há só arremedos de tais desequilibrados, que como calculista, frios, cartesianos, insensíveis criam, planejam e executam obras e serviços que só atendem a seus transitórios interesses e não ao Ser Humano em suas necessidades e natureza. Alucinados em suas ideias, imaginam uma sociedade igualmente fria, calculista, racional e uniforme, onde o Ser Humano seja igualmente um objeto, um mero seguidor.

É assim idealizado um ser anti-humano, com ações e reações longe da Natureza Humana, vivendo num igualitarismo insôsso(Não tem acento), sem graça, uniforme, previsível e facilmente conduzido, onde as expressões de arte, romantismo, criatividade sejam aberrações, um ato de indisciplina, punível pela lei. Os sentimentos, como os vemos hoje, seriam patrulhados para correção e preservação da ordem .

Subliminarmente é este o sistema que está sendo implantado e as consequências estão em vários sinais. Estão visíveis na ação e reação do ser humano, modelando a educação, criando dores humanas, doenças coletivas como a depressão e a ansiedade, alterando a construção do modo de pensar, viver e conviver. E pior, já vem tudo com a mensagem subliminar de que isto tudo é irreversível, sem volta, incontrolável, criando o senso de impotência coletiva quanto ao controle dos acontecimentos e fatos que estão ajudando a criar e implantar, porque é o “progresso “. Infelizmente um progresso mau pensado, de má qualidade.

São pessoas saídas desse exército de almas que levam suas escolhas e decisões para onde são levadas a atuar. São líderes de má qualidade, porque seguem modelos podres e desonestos. Arrastam uma plêiade de pessoas inconscientes, prestes a sucumbir a qualquer momento pelo lado espiritual com graves reflexos na vida exterior. Na condição de objeto obedecem e ao mesmo tempo lideram de acordo com suas decisões e escolhas. Falsas lideranças preenchidas por oportunistas ao invés de lideranças autênticas, puras e honestas.

Se corrompidos, é porque eram fracos, e aceitaram as propostas, o convite, do Mal, mesmo que este tenha sido imposto como condição por qualquer gestor de Poder e representasse uma oportunidade para participar e poder continuar faturando, uma imposição dos jogos do Poder na vida, mesmo que afastando a livre concorrência, a competição. Era na verdade um convite para o Inferno. Acreditaram no sistema de vida à base castelos de areia. Foram levados a crer que a mentira seria eterna, passaria sem ser notada. Infantilidade de alto nível.

Se corruptores, é porque também foram fracos, montando esquemas do Mal, castelos de fragilidade feitos para a eternidade. O Mal pode vencer por algum tempo, mas um dia é revelado, é o dia final, o dia D, de derrota, esta sim eterna. Mas acreditaram e fizeram acreditar no sistema de castelos .

Corrompidos e corruptores mostraram a fraqueza como seres-objeto, meros e aviltados anti-seres humanos, equiparados aos vis criminosos e facinoras no país. Gente de espírito fraco e negativo.

Um dia a casa cai. Caiu. Tais pessoas perdem o que construíram, o que fizeram no mundo. Com tal destruição prejudicam também a vida de seus seguidores. Não é caso de dinheiro, é caso de alma, de sobrevivência com forças interiores, agora, todas invalidas, já que construídas sempre em veneração às referências ruins e modelos desonestos. A casa cai. Cai porque toda a prosperidade era falsa. Sem a construção honesta da boa essência interna, o moderno, o próspero era falso, portanto, caiu na desgraça. Os valores e modelos utilizados estavam fadados à falência, ao fracasso pessoal, profissional, familiar, social e corporativo.

Não é surpresa que impérios comerciais e profissionais, grandes corporações, famílias poderosas, de um dia para o outro, enfrentem a realidade e os acontecimentos os esmaguem fatalmente. Estiveram jogando com a ilusão, o engano e a fantasia. Para que, por que? Sempre para preencher o vazio de uma existência perdida e errônea. Construíram com vento e brisa, com areia e pó um paraíso ilusório. Vidas tortas, que só poderiam dar no que deram: perdas materiais, cadeia, desgraça familiar e social, perda, descrédito e ruína.

Num piscar de olhos destruíram tudo que tinham e sem isto não são nada. Ganância, orgulho, jogos de competição e comparações, dinheiro e Poder, inveja, prestígio, vaidade, desonestidade, falsidade, horas de trapaças e barganhas, falsa sensação de estar no Poder. Agora tudo virou barro, pó, melhor, areia. O resultado de tantos negócios baseados em influência informações privilegiadas etc, afastando a livre concorrência; negócios em tramas secretas, a serviço de quem? Tudo perdido agora. E quantos outros castelos de areia, de gente jovem que acreditou na fantasia, não ruiram também. Os danos se alastram para a vida privada com desemprego e falta de dinheiro para pessoas indefesas, crédulas.

Líderes oportunistas e de péssima qualidade fabricaram um falso mundo econômico, com movimentação paralela de riquezas. Fizeram a realidade e fizeram-se acreditar e muitos seguiram a falácia. Gente nova casou, comprou carro, conseguiu emprego, endividou-se acreditando na falsa realidade. Agora suas vidas retrocedem, perdem apartamentos, carros, empregos, casamentos e seus pequenos empreendimentos em busca de rendimentos. Os responsáveis escondem-se na cadeia temporária.

Ficou a página da história que contará quem foram, o que fizeram de mau. Em jornais, revistas e documentários, estudantes e pesquisadores no futuro irão visitá-los citando seus nomes e copiando em seus trabalhos o que este bando fez. Entrarão para a enciclopédia da vida humana no Brasil como malfeitores da Pátria, a qual certamente nunca amaram e na qual sempre odiaram seu povo, pois o mais importante para eles era o umbigo, sua vaidade, sua vontade de acumular, de ser Grande, seu bem estar luxuoso e megalomaníaco, suas mansões e iates, carros, aviões, certamente seu nome de família ligado à corporação que fizeram crescer às custas do dinheiro público. Mas agora tudo acabado, nome no rol dos réus, nada de viagens com os “poderosos”, “nada de reuniões de interesses milionários”, nenhuma viagem para o exterior para tomar sol no Caribe ou nas ilhas gregas. Agora uma outra realidade: “Pessoal, a hora de sol è às 10:00 horas para a Ala C !!!!“ A boia é às 12:00!”
Pobre fraqueza humana, baseada num vazio sem fim e na eterna ilusão e fantasia de Poder e Dinheiro.

Mundos corporativos arruinados, demissões em massa, obras paradas, as consequências serão funestas para a vida nacional. Afora este exemplo da venda do ser humano, a sua passagem para o anti-humano, há milhares de ações e reações individuais que estão marcando a vida nacional. Elas acontecem no seio familiar, nas empresas de pequeno e grande porte, públicas e privadas, onde decisões refletem o vazio deste mesmo tipo de gente, seu fracasso interno como pessoa, sua falta de consciência e boa referência.

Decisões e escolhas que não decorrem de planejamento e não medem consequências no ambiente em que serão aplicadas, só levam a prejuízo pessoal e coletivo. Um dia a casa cai para todos, pessoal e profissional e corporativamente. E com a soma do drama particular de cada um, o país sofre as consequências da desmotivação institucionalizada, que os mais burros e inconscientes correm para dizer que é por falta de dinheiro, um reflexo da crise internacional, a tal “marolinha”que então chegou.

Corruptos e corruptores de seu próprio interior fizeram o que sempre fizeram: roubaram dinheiro público da infra-estrutura de saúde, segurança e educação. Agora fica o país jogado mais uma vez na contra mão da História, inflação, altos juros, desemprego, crise de energia, cérebros indo par ao estrangeiro, crise em tudo e depressão à vista. Que país é este?

Todos os corruptos e corruptores que atuaram e atuam em todos os níveis da vida oficial e privada, contribuíram para a volta ao passado, o da crise econômica, porque ela é a materialização das mazelas nacionais. Gente que há muito já se distanciou de si mesmo e assumiu a posição de objeto, de gente calculista, fria, materialista, insensível, tudo como o individualismo egocêntrico quer.

E o país vive tal e qual na sua decadência lenta e progressiva no campo interno, promovendo o desmoronamento das almas, da vida íntima, de sua vida interior. A grande mentira. A falsa estabilidade. O discurso oficial é mascarar e não admitir a existência de tal realidade e encarar os problemas de frente. Poucos observam o que está acontecendo com a adoção de meios perversos do modelo individualista egoístico adaptado ao “ mundo pós -moderno” do Brasil, algo que lembra uma ópera bufa, um teatro de bonecos feios e mau feitos como nos sonhos materiais desconexos e absurdos enquanto a plateia ri de fome e miséria.

No império do “umbigo”, falta amor à Pátria e amor ao Próximo. Os crimes,os erros são de ordem pública nacional, são diretos contra a Pátria. Esses são só verdadeiros assassinos do futuro da Pátria. Terroristas da vida privada. Assustadores. Certamente já viviam em seus cárceres mentais porque sabiam que estavam na ilegalidade, fazendo o errado e que a impunidade é uma realidade virtual e temporária como qualquer mentira. O que não continuaria acontecendo, se não fosse a imprensa livre, a Polícia Federal e o Ministério Público? Tudo ou nada só depende da divulgação que exista. A imprensa televisiva com seus ancoras nos horários certos denunciam algo, caso contrário impera o silêncio. E se houve denúncia, alguém não recebeu sua parte ou algum acordo não foi respeitado. Há interesse político na questão. E a posição e a oposição política se confrontam, tentando salvar-se do desgaste político.

Vivemos 500 anos no escuro com a roubalheira fazendo fortunas individuais às custas de Portugal, da Monarquia e na República do povo. Cadeia é pouco para a crime de trair a Pátria.

Acabou então a intocabilidade dessa gente; é a derrota para a tradicional impunidade? Se positivo, é um efetivo passo mega histórico.

E aos jovens e todos que perderam seus empregos e pequenos negócios, que vão ter que abrir mão de seus sonhos, que acreditaram na falácia toda, aos empresários que irão fechar as portas, aos casamentos que irão se desfazer, aos honestos que trabalham, pagam impostos e para quem nada dá certo, há um silêncio. Todos acreditaram na realidade fake e embarcaram nela quase que obrigatoriamente porque estavam muitos nas fases da vida em que se deve viver o que a realidade concede. Agora, mais uma vez há um silêncio barulhento dentro de cada indivíduo. Vale o que poeta Juares Baggio, escreveu, traduzindo o momento:

Na história de uma nação,
ouvi contar de um cidadão,
que sempre cheio de razão,
olhava somente o chão.”

O castelo de areia ruiu. A casa caiu. A esperança quase sumiu. E agora José em sua Pátria?

Odilon Reinhardt.