2016
Seguiremos
andando. A qualidade será conquistada, se os propósitos forem
justos e honestos num plano de desenvolvimento pessoal, que vise o
progresso não só profissional, mas emocional e espiritual. Se a
Nação brasileira é feita de seus indivíduos, estes com sua vida
privada, que cada um tente ser melhor, mais honesto, menos corrupto,
que desenvolva meios de viver e conviver em harmonia, e assim
estaremos efetivamente dando base ao que o novo Código Civil
Brasileiro elegeu como princípios: a boa fé e a solidariedade.
Para
começar o ano, nada melhor que começar a contrariar as tendências
do individualismo egoístico e materialista que nos vem sendo
imposto, a ponto de condicionar comportamentos para que sejamos só
consumidores e trabalhadores, com atitudes de seres frios,
calculistas, cegos, dominados pelos defeitos egoísticos,
massificados e robotizados, tudo em detrimento do humano. O sistema
continuará assim em sua base. A vida de cada um continuará sendo
empacotada e enrolada se nada mudar. Ninguém será amado, se não
amar a si mesmo, ninguém será vencedor, se não vencer a si mesmo
no que o sistema o fez acreditar. Durante décadas fomos fazendo,
como Nação uma cultura, um pensamento, um modo de pensar e
valorizar e agora começam a nascer as consequências em tom mais
grave.
Que
tal pensar no Próximo e quebrar pensamentos errados como “ninguém
faz, por que eu tenho que fazer?”, o mesmo com os verbos dar,
ajudar, ceder e até amar.
Aos
poucos, temos que, com consciência, acordar para o que estão
fazendo subliminarmente com as gentes no dia a dia. Dizem ser
progresso, mas que tipo de progresso ? O questionamento é raro, a
autocrítica ainda pior.
Como
continuar jogando este jogo, onde só o indivíduo sai perdendo?
Começa a ser cada vez mais importante não deixar que o dinheiro, as
preocupações impostas pela mídia, as agendas impostas e os temas
propostos controlem a vida pessoal sob o pretexto de ser “atual “,
“estar por dentro”.
É
só perguntar, se há alguém conscientemente satisfeito com a vida
interna e externa de seu corpo. A insatisfação é comum. A vida
quase toda vivida em função do exterior, exposta ao dia a dia, não
está dando em nada e será cada vez pior, se o modo de convivência
retirar do indivíduo a capacidade de pensar, interiorizar-se para
repensar seus defeitos, dominar seu ego e criar condições de
consciência positiva e produtiva sem a exclusão do Próximo.
Se
abandonarmos nossa capacidade de se ensimesmar e autocriticar, com
o tempo seremos tão insensíveis que não veremos a vida e a
realidade; a cegueira não deixará pensar no amor, na esperança, em
algo suave e intenso, no romance da vida e na sinfonia da Natureza,
porque já estaremos todos como tarefeiros robotizados no mundo do
trabalho e em casa. Não seremos mais nada, só trabalhadores,
seguidores, amassados e cegos em definitivo. Qualquer sistema que
torne pessoas em meros seguidores, ao invés de pensadores, não leva
a bom lugar, pois não aproveita a intuição criativa do humano.
Olhemos
para nós mesmos, para o céu interno, para as estrelas de luz que
ali há. Pensemos o que temos feito com nosso Ser. Pensemos no
Próximo e o que temos feito com ele na vida produtiva, na rua, em
casa e no local de trabalho. Perguntemo-nos, se estamos satisfeitos
com os resultados? Temos dado bons resultados? Estamos sozinhos? Por
que?
Ao
mesmo tempo de nossa existência, a Nação prossegue, crises e
avanços medíocres, sucessos em alguns setores, derrota total em
outros, mas sem dúvida a corrupção, a imoralidade, a improbidade,
a má-fé, a violência moral e física assumem o nível exagerado
como reflexo do comportamento de seus protagonistas, verdadeiros
miseráveis na vida espiritual, mas por vezes excelentes
profissionais, gerenciadores e líderes da dimensão do mundo das
formas, cores, sabores e ego. Nem se queria saber o que fazem e como
fazem para sobreviver no ambiente por eles mesmo criado e disputado
para sobreviver no Poder. Tampouco notam que não estão dando bons
resultados na convivência. Uma paçoca nacional e tendenciosamente
negativista, fadada a não dar certo.
Diante
dessa realidade, para a pessoa consciente e com luz própria, não
pode haver desmotivação nem esmorecimento. Terá que saber agir e
deixar passar cada fase criada por pessoas afogadas na 3ª dimensão,
que agem e reagem dominadas pelas contrariedades e estímulos de seus
defeitos egoístas. Pessoas que vão perdendo no trabalho a
sensibilidade de ver a vida, o mundo e o Próximo. Um crime contra si
mesmas e sua condição humana, pois renderam-se ao comum, ao vulgar
da frieza, do calculismo, da cegueira do egoísmo, do materialismo
individualista. Enfim, inconscientemente ou com consciência de má
orientação, a derrota do Ser para um sistema autoritário, que só
cria servos e não pensadores criativos e participantes, mas seres
revoltados com a contrariedade de seus interesses de umbigo.
Que
tal começar a contrariar toda a realidade imposta, criticar, colocar
ideais melhores e pensar como humanos, sensíveis e conscientes? Que
tal começar a pensar positivo, para variar um pouco? Até mesmo na
hora máxima de exercer o único voto que temos como cidadãos.
Que
tal ter projetos pessoais de reconstrução interior, resgate do
amor, da solidariedade, da fraternidade, da amizade, dos bons
projetos de desenvolvimento pessoal e profissional, das boas
intenções e dos planos sadios de existência?
A
opção está aberta. Cabe a cada um saber se está dando certo como
Ser, ao tornar-se incapaz de valorizar a orquestra da Natureza, da
qual esqueceu que faz parte. Como robot insensível talvez nem
entenda o que está escrito acima e muito menos o que está escrito
abaixo, que escolhi, como metáfora, para terminar este texto de modo
mais suave:
Para
todas as mulheres ao entardecer.
Numa doce tarde,
já estava no fim,
céu azul, por do
sol à beira mar,
tudo foi assim:
leve como a brisa, passou, foi tão de repente,
só depois
percebi, havia levado meu coração,
mas deixou no
silêncio da mente,
a mais bela e
suave sensação, você .
Tento hoje, em
vão, reproduzir,
voltar aquele
instante,
mas não vou
jamais conseguir,
com você já tão
distante.
Ah, se eu pudesse
voltar,
não teria deixado
você partir,
sigo procurando em
todo por do sol,
você, que me
deixou a pensar, quero prosseguir.
Em cada entardecer, sim,
numa nova poesia
de amor,
imagino você,
assim.
Mas chega
novamente cada novo entardecer,
tudo que tenho é
você, na mente,
meu modo de
sobreviver.
Ah, se eu pudesse
voltar
àquele lento por
do sol no verão,
para entender você
e seu modo de amar.
Sob o azul escuro
do céu estrelado,
este é o meu
tempo de sonhar,
imagino você
sempre perto de mim.
Se eu pudesse
retornar,
se você pudesse
me reencontrar,
o abraço seria
intenso, um infinito beijar.
Eu então saberia
o que é felicidade,
por enquanto fica
o belo encanto,
um sonho, um
momento para pensar,
um beijo de amor
no ar.
Continuarei
procurando você
que pode dar
sentido a meus dias,
Você, você,
meu amor.
Sigo assim parado,
naquele fim de
tarde,
sob o céu
estrelado.
Imaginando onde
você possa estar,
se um dia ali
retornará,
se suavemente
poderá parar.
Que
seja mesmo uma mulher e não a própria vida, pessoal, perdida num
jogo de trabalho robotizado e remunerado como tarefeiro, mero
seguidor e irrecuperável perdedor. Cabe a cada um pensar e tomar
suas atitudes, porque para muitas e muitas pessoas, a vida passa por
elas e passa sem que seja vista como ela é, mas, sim, como um drama,
uma ilusão, até um castigo. O trabalho tornado um calvário; o
Próximo, visto como rival, um competidor, sempre considerado como
obstáculo, porque o que vale é sempre o umbigo.
Que
em cada ano novo cada um pense sobre si e repense seus passos.
Poderá ter melhor sucesso, se aprender a escrever sua própria
história, tornando-se sujeito dela, evitando ser objeto dos eventos
da vida e da agenda de terceiros. Para quem desejar, ainda há tempo
para não perder o trem da sua própria revolução interna.
Feliz
2016.
Odilon Reinhardt