sexta-feira, 17 de julho de 2015


Será o fim do grande “Negócio”?



Mais de 500 anos de um grande negócio: assaltar os cofres públicos, direta e indiretamente. Parece que estamos com a Polícia Federal e o Ministério Público afinados e a favor do interesse público e do contribuinte. Pode estar acabando os séculos de grandes negociatas, de grandes e pequenas operações de esbulho e assalto ao Governo de todos os níveis.

Visivelmente o fim da impunidade? Todos desejamos isto, mas a dúvida coexiste com a mesma perspectiva de vitória dos detratores e de pizzas a la carte. Do petit-voleur aos grandes reis do bas-fond, reunidos em botecos ou em grandes hotéis de luxo, há um entrelaçamento de interesses sociais e políticos de tamanho tão grande quanto a vida nacional. O hábito para assaltar é pré-requisito dos mega e pequenos projetos na qualidade de quase cláusula pétrea .

Aponta-se hoje o financiamento de campanha como a grande causa da caça ao dinheiro público fácil: obras públicas, contratações de serviços fantasmas, aditivos fraudulentos, fiscalização tendenciosa, corrupta e omissa, falsas necessidades e projetos vazios a serem atendidos por empresas de fachada, propinagem e lavagem de dinheiro. Uma extensa trama, gerando certamente milhares de reuniões, telefonemas, viagens e acertos, dando movimento à vida do sub-mundo da economia.

Por trás de tudo, o cidadão de sangue desonesto, corrupto, operador de um modos de vida até agora intocado em seu âmago político-cultural. Mas agora novos ventos parecem estar soprando sobre o jogo político que tem acobertado o teatro feito de posição e oposição, que se revezam no Poder e vem utilizando os mesmos moldes e estrutura de negócio.

Há um ar de novos ares, o cofre mostrou seu fundo, mas ainda teremos que ver confirmadas as novas tendências de honestidade pública e império do interesse público verdadeiro, puro, aquele que nasce do amor à Pátria e ao seu povo.


na cultura do ganhar-ganhar, o jogo do Poder é terrível para os cofres públicos. Inúmeros são os exemplos da barbarie neste campo. Diariamente a imprensa divulga casos de verdadeira pirataria em obra se serviços públicos, infestando a gestão pública com o cheiro de enxofre e crime.

Seja oposição ou situação, os atores agem do mesmo modo e no intuito de assaltar, espoliar e derrotar a esperança do cidadão contribuinte. Mas a ficha está lentamente caindo: os cofres públicos tem fundo, tem fim. A roubalheira atingiu seu limite, o fundo do cofre começou a aparecer e a escassez tornou-se visível e perigosa.
Outra verdade que começou a ser bastante mostrada é que sem produção, sem consumo, não há imposto e sem este não há dinheiro público nem pagamento nem salários. A União, o Estado e o Município empobrecem, a sociedade vai à falência com a ameaça dos serviços públicos. Nem o neo-liberalismo apoia o fim do Estado desse modo.
Altos funcionários públicos com seus altos salários em serviços hiper-valorizados para muito além da realidade, todos com seus benefícios sem fim e que menosprezam a cada concessão a população rota e esfomeada, começam a ser ameaçados. Começa-se a desenhar uma realidade esquecida: o Brasil agora vive do Brasil.

Ficaram mais difíceis os grandes financiamentos, os subsídios, os empréstimos a fundo perdido que durante o período militar eram a realidade. A função pública, antes cargo tão disputado e prestigiado, preocupa. Tudo e todos dependem dos impostos que vem do consumo. Sem consumo, tudo pode acabar na degradação. A consequência será danosa. O magistrado, o desembargador, o embaixador, o alto funcionário público de qualquer Poder chegará a não receber seu salário no mês. Que realidade teremos? Greve de Juízes, greve nas Forças Armadas, greve na Diplomacia etc.

É prioridade acabar com o Grande Negócio: este milenar, assaltar os cofres públicos. Isto porque o cofre, diminuído pela falta de consumo de produtos e serviços, não aguentará ainda o desvio e a corrupção através dos meios usuais de assalto para pagar campanhas eleitorais etc.

O cidadão comum não aguentas mais. Há uma ira social . O cenário de abusos , desvios, mandos e desmandos ,etc, é recorrente. O teatro está ficando saturado e os ventos estão mudando. A plateia de cidadãos sabe o que está acontecendo, mas por respeito, ainda não faz nada mais cruel. Os meios de comunicação acharam notícia sensacional em tudo isto e o esclarecimento das massas cresce.

Obras públicas paradas, abandonadas e já deterioradas. Escolas e hospitais apodrecendo sem jamais terem sido inaugurados. A educação e a saúde ao abandono e negligência.

Verdadeiramente não sobra nada de positivo e bom para a imprensa mostrar à população.

Não bastasse o assalto direto aos cofres públicos, há o assalto indireto através de erros na administração ineficaz, ineficiente, anti-econômica e imoral. Erros de planejamento, incompetência, a farra com salários e benefícios, a negociata e arranjos envolvendo pessoas. Ora, tudo isto está esgotando a paciência de um povo pagador, que só tem olhado para baixo, silenciando, cansado de sua rotina que não leva ao progresso pessoal e familiar.

É certo que o povo sempre foi pacífico, depositando 100% de confiança nos eleitos, e delegando tudo inocentemente, mas isto pode estar acabando, principalmente quando se sabe que o cidadão comum, massificado, robotizado e conduzido, só se mexe quando o bolso dói.

Fica evidente que a coisa-pública, o interesse público é interesse de todos, porque todos pagam por ele e recebem as boas e más consequências. Não é mais propriedade momentânea deste ou daquele partido eleito, é interesse permanente de todos. A acomodada alienação popular que só desaparece quando aumentam a passagem do ônibus, não tem lugar num Brasil que queira sobreviver.

Os jovens da geração Y ou seja lá como for a denominação, acomodados e cheios de seus aparelhinhos de informática, com os quais pensam que resolveram o mundo, que acordem. É a vida deles que está em jogo. Fugir para outro país, fugir para o mundo das drogas ou bebida, fugir para atividades que não dão em nada, já não vai ser a opção.

As consequências do individualismo e do egocentrismo alienante terão que ser vividos e comidos aqui mesmo, na falta de empregos, na falta de salários, na falta de futuro.
O amanhã tem um preço. Estão mexendo no futuro das novas gerações, que vêm sendo enganadas por modelos e ideologias ultrapassadas, que ajudam a confirmar a posição esquerdista de “vítima eterna das elite”, tudo dentro da síndrome do “cão viralata”, esperando que alguém resolva a sua situação, no caso os cofres públicos falidos.

Não haja engano, um país pode falir. É só olhar a história recente. Pode acreditar , já tivemos inflação de 3% ao dia. Esta roubalheira toda, enfraquece a economia, mas pior, esmorece o jovem e todos. Sem educação, sem saúde, vendo tudo apodrecendo, um mar de mentiras e fascismo, no que acreditar? A alternativa é o que já está acontecendo aqui e ali, num caleidoscópio maluco e que formará uma realidade diferente.
Mas os ratos apátridas, acharam um meio de sobreviver num mundo especial, cheio de dinheiro. Criaram a razão social Malandrobrás Ltda., uma empresa virtual, com muitos presidentes, inúmeros vice-presidentes. O objetivo social era um só: assaltar os cofres públicos. Capital social: flutuante em viés de crescimento. O nome de fantasia foi: Tá fácil Empreendimentos S.A. O código de ética era feito em cada dia e de acordo com o negócio do momento.

Mas o grande negócio foi descoberto, porque alguém não recebeu a sua parte. Tudo era tão perfeito, funcionava como um sistema de moto contínuo. Mas foi à falência. Maldito elemento humano! - exclamam os surpresos e espantados criadores e consultores deste paraíso virtual.
Que haja iluminação e o Brasil aproveite está esquina de sua História para cruzar a rua e livrar-se dessa gentalha da Malandrobrás que aprontou toda esta situação, ameaçando a economia e a credibilidade do país.

Será mesmo que agora tudo isto irá intimidar todos os esquemas ilícitos e seus atores? Será que doravante, as obras serão algo honesto do começo ao fim, sem erros de projeto, fiscalização e aditivos fraudulentos? Será que as obras corresponderão efetivamente às necessidades? Será que acabará a promiscuidade entre empreiterias e os partidos ou seja lá quem for? A esperança é que o Grande Negócio secular, tenha chegado ao fim, porque desta vez vímos o fundo do cofre e isto não é nada bom.
Odilon Reinhardt.