sexta-feira, 26 de setembro de 2014


Tentativa, mera tentativa. 
A Nação só muda lentamente, caso contrário......


E na média chegamos, então, ao que queriam, o cidadão padronizado, seguidor, tarefeiro, sem opinião ou silenciado por falta de interlocutor?

Dia a dia segue a rotina montada para pessoas tornadas vazias, cuja conversa é tipicamente composta do relato de ações e reações operacionais. O relacionamento esvazia e a conversa não passa de um “será que vai chover?”

Triste é a prática de meros seres levados a não ter espírito crítico, levando a vida sem muito assunto, esvaziados, alimentados por coisinhas do dia a dia, sem muito além de futebol, comida e bebida, medos e aberrações do dia que convergem para a banalização de fatos absurdos. Nem se sonhe com a Nação de filósofos e intelectuais ou cientistas. Sonhe-se pelo menos com uma Pátria de pessoas que possam ser livres e possam ter as chance de se tornarem mais esclarecidas e conscientes. A Nação é construída de etapas, muito trabalho e esforço do povo, isto não implica ignorância, escravidão e cegueira programada, a menos que isto seja interessante para grupos que se apossaram do Poder e alimentam tais deficiências humanas a seu favor. Somos um gigante territorial com cérebro ainda em crescimento. Levaremos muitas gerações para passar pelo desfiladeiro que nos separa do futuro melhor para todos.

Teremos que construir com muito trabalho e suor a ponte para esta realidade. Por força da História não ficaremos ricos com ouro e prata e pedras preciosas roubadas de outros países, não teremos prêmios de  guerras de conquista, não teremos piratas a nosso favor. Teremos nosso território, nossa gente, nossa produção e nossas vendas. E estes aspectos movem-se lentamente em evolução histórica. Não haverá milagre.     

Após várias décadas de pregação insistente e perdulária, a realidade nacional produziu o cidadão médio, de todas as classes econômicas, sem muita conversa relevante, sem muita opinião, com medo de expressar, ou pior, sem palavras para expressar o que sente, se é que sente algo de bom para falar.

Mas mesmo nesta situação a que estamos todos submetidos, só há uma sensação dentro de cada indivíduo de que algo está errado e vem crescendo ao longo das décadas. Até o mais alienado cidadão sabe que algo não vai bem. Todavia, qualquer explosão não será coletiva, uniforme e ao mesmo tempo, pode até ser que em casos pontuais como na carestia, mobilidade urbana e saúde ocorram exemplos mais freqüentes de revolta coletiva, mas nada e nunca teremos uma voz só, no mesmo momento envolvendo o país inteiro. A revolta pintada de fatores pessoais e individuais será provavelmente sempre individual, a qualquer momento e voltada para o outro cidadão, numa fila, num hospital, na rua, em casa, no trabalho, na direção do carro. O desabafo do sentimento de frustração, o vulcão interno pode explodir em qualquer lugar de modo violento ou não. Trará conseqüências e tudo será considerado um episódio individual, pessoal, isolado. Dirão sempre “ o cara tinha problemas”, evitando sempre conectar o fato a qualquer problema social, nacional e consequência do que estamos vendo  formar-se já em grau mais grave. Lembrando que a depressão, o abandono pessoal, a desistência da profissão ou da vida econômica, a aposentadoria precoce e outras reações são também um modo de desistência pacífica, mas igualmente danosa para a Pátria. Se um jovem desiste do Brasil, ninguém se apercebe da sua relevância .

Dificilmente o aumento de bêbados e drogados, o aumento de acidentes do trabalho, a desistência do estudar, o abandono do curso superior etc é entendido como um problema de deterioração da malha social por influência do individualismo e do materialismo egocêntricos em que estamos sendo metidos. A falta de sensibilidade, a personalidade fria e calculista não está sendo corretamente avaliada. Sua já visível manifestação através de crimes hediondos é tida como problema individual e de família.

A maioria das ações e reações individuais não contribuem em nada para a Pátria e só criam medo e dificilmente são vistas como denunciadoras de que algo muito mais grave vem se formando e é errado. O desrespeito às características da Nação, promovido por interesses econômicos, só cria confusão de valores na mente do cidadão. Por bens materiais, as decisões passam por cima do humano. Querer implantar valores do individualismo aqui e tão rapidamente, gera aberrações em forma de violência e produzem uma sociedade de conflitos, que nem a polícia nem o Judiciário serão suficientes para solucionar.
   
Violência, radicalismo, extremismo nunca serão a solução para esta crise sem precedentes. A única saída é velha e esquecida, é a educação, a boa formação, o esclarecimento, a discussão focada através dos meios formais. Todavia, a  população ordeira, trabalhadora, honesta, tornada seguidora e tareferia, foi condicionada a esperar soluções de cima para baixo, sem sua participação, põe fé no paternalismo e delega aos seus representantes as decisões. Fica mais fácil assim e tocar a vida. Assim nasceu esta espécie de corretores do poder, os políticos. Estes metidos agora na maior crise de credibilidade da história. Entre eles, face à diversidade e à pluralidade, muitos mergulham na variação de interesses, defendem casos de todo tipo, metem-se em corrupção e esquemas para garantir o Poder e a reeleição. Novamente a população comenta à boca pequena, que entre os candidatos a escolher, não há opção, pois todos roubam, todos nada fazem. Injustos comentários, pois bons políticos os há, mas estes são boicotados porque os demais querem preservar seus esquemas dentro do poder. Serão reeleitos e tudo continuará. Os honestos entre os políticos não conseguem conter as exceções nos parlamentos e todo o legislativo é colocado em foco de exame. Mas quem são nossos políticos, senão a pura expressão do povo? Não são seres especiais, reais ou sobrenaturais, tem origem no povo, são povo, embora alguns pelo tempo de exercício político e a sua profissionalização, já   se achem reais, superiores e pertencentes, eles e suas famílias, a uma realeza virtual. Os nossos políticos são produto e correspondem à evolução do pensamento da Nação.
       
Nosso país já passou por várias crises políticas, todas teatralizadas por estudantes e algumas camadas sociais. Passaram. A crise atual é no entanto não só política, é social, econômica, e de vida em si, e tem conseqüências danosas na medida que apresenta  a perda de identidade, a fragmentação, a dissipação e substituição de valores e princípios nossos, gerando antes de tudo uma crise pessoal para cada cidadão. É esta a célula mater da Nação e dela depende tudo. Se o indivíduo enfraquece, enfraquece sua família e a Nação. Um filho drogado, um pai ou mãe bêbados, um irmão deprimido, um primo preso ou em vias de o ser, um parente que pertence ao crime desestruturam tudo e fazem a vida perder o rumo certo.

Evidentemente que nestas circunstâncias, a prática das máximas cristãs, berço de nossa civilização, tornam-se mais desacreditadas. Some a cordialidade, a educação etc e o  relacionamento entre as pessoas vai às favas. Cada indivíduo afunda num emaranhado de decepções e frustrações que o acompanham no caminho da vida, buscando uma fuga , um desabafo ou o silêncio e a desistência em suas mais amplas  formas de manifestação.

No início de nossa abrupta industrialização, São Paulo e Rio esboçaram reações à forte invasão e transformação da vida. Surgiram as gerações de 50 a 70 que iam mudar o mundo. Hoje pergunta-se o que deu daqueles jovens hippies, dos PTs de primeira hora, etc? Não deu em nada? Conseguiram o diploma ou um cargo público e engajaram-se no mesmo sistema que condenavam? Seguiram a mesma ideologia que agora vemos não dar em nada? De estudantes rebeldes passaram a ocupantes de cargos de decisão, políticos, juízes, advogados, administradores, médicos etc e sua geração tem protagonizado o pior que o país já viu , modelos destestáveis e exemplos abomináveis. 

Todos venderam seus sonhos, nada fizeram de novo e criativo, só copiaram, seguiram e ganharam posição, dinheiro, sei lá, mas nada ou muito pouco mudaram.  Isto porque o sistema é muito maior e os planos de manipulação ultrapassam o tempo de vida de um simples indivíduo. Assistiremos agora e doravante o resultado de décadas de descura, negligência e falta de patriotismo de todos que viraram corruptos, gananciosos, egoístas, materialistas e individualistas egocêntricos cuidando do umbigo em detrimento do país. As conseqüências de terem se vendido a interesses de piratas estrangeiros já são  sentidas por todos.

Foram décadas de gerações mal conduzidas, gerações enganadas, falsos modelos e ideologias erradas. Hoje quando um moleque de rua mata um empresário, altamente qualificado e responsável, já vemos que as conseqüências estão chegando à porta de casa.  Quando vemos que bárbaros depredam lojas e bancos, estamos vendo que as conseqüências estão na rua.   As ações e reações estão aí e são proporcionais ao descuido com as coisas e a alma da Nação.

Em ideologias mensais e modismos de momento, as pessoas foram sendo condicionadas, escoladas, conduzidas a substituição de sua educação em nome de um maior consumo de coisas que poderiam dar mais imposto e adoção de comportamentos doentios. Todas estas ideologias cabem hoje numa caixa de fósforo que pode explodir. Não bastou o acúmulo desvairado de Poder, dinheiro, o império político com carros, casas, fazendas e gado. Agora há um Brasil aberto e explosivo, prestes a dar frutos da plantação de todas as épocas passadas, prestes a falar sem ter palavras para exprimir o que sente, mas cujo comportamento é violento, hediondo como o do bruto bárbaro.

Estamos a conhecer a barbárie antes de conhecer a plena civilização porque todos os dias os meios de comunicação, tão úteis para todos os sistemas de marketing que condicionaram o povo, mostram quão frias, calculista e insensíveis estão as pessoas. Qualquer cidadão olha o Próximo com medo, desconfiança, procurando ali descobrir segundas intenções, que preencham seus medos. Os lares se fecham atrás de alarmes, muros, cercas elétricas, etc. As empresas gastam cada vez seu bom recurso na proteção de seus produtos, sistemas de informática e em treinamento para desfazer os comportamentos dos jovens que entram no mercado de trabalho, onde não encontram muito que corresponda a seus modos de vida e intelecto.

Se o silêncio como modalidade de reação ou ação, contra tudo isto, não explode no coletivo, na rua, o faz no relacionamento com o Próximo, no desamor, na negligência, no relaxo com tudo e todos. O comportamento indiferente ao humano reflete-se nos projetos de obras públicas, nas decisões das autoridades, nas decisões das empresas, no relacionamento entre as pessoas, na gestão privada e pública. Há um descaso como futuro, uma despreocupação com as conseqüências. Vale o aqui-agora, a transitoriedade em detrimento da vida humana e sua verdadeira consideração e qualidade. Valoriza-se a cultura baseada no hedonismo em graus jamais vistos. Vale o bem-estar e mais nada. As mensagens subliminares são: a vida é curta, curta!; não vale a pena entregar-se a nada e a ninguém; para que estudar e ser alguém; o resultado tem que ser para já.
O materialismo oficial é algo chocante e manifesto e é ele que sustenta a mídia para garantir receita tributária. Nem se duvide que o sistema capitalista é o melhor e não há outra alternativa, todavia, há selvageria quando o consumo é forçado e baseia-se em produtos desnecessário, de pouca qualidade e causa problemas de endividamento e de saúde. Como exemplo clássico, que pode demonstrar muito bem o esquema a que estamos submetidos, o cigarro com fonte de tributos  na década de 50 e o descaso com os jovens e as pessoas da época que foram levadas ao vício porque na época a mídia era paga para mostrar o charme e elegância do fumante em filmes e revistas. Décadas depois, estes fumantes morrem nos hospitais e o custo para o país é alto e coloca em crise o sistema de saúde. O fumante morre deixando sua família, seu emprego, seu futuro na Nação. Há inúmeros exemplos idênticos e nada aconteceu ou acontece aos políticos e gerações deles que ficaram ricos ao votar leis e ressalvas em textos de leis para favorecer este sistema daninho. A impunidade é algo estabelecido, pois corvo não come corvo. E hoje quantos produtos estão à venda e farão malefícios em 10 ou 15 anos? O Governo é cediço aos interesses privados, que muitas vezes não passam de atos inconseqüentes de pirataria. A lição nunca é aprendida. A Copa de 2014 revelou isso com clareza. Os pífios investimentos, inócuos para a população, nulos para a saúde, segurança e educação, só arruinaram o comércio local e causaram uma queda no PIB do trimestre, agravando o problema econômico. É assim. Não adianta avisar. Querem pagar para ver. Alguém fica rico , o Brasil mais pobre. 
           
Tudo se passa subliminarmente, enquanto o cidadão é mantido na baia de condicionamento com uma rotina estressante para tentar conseguir manter a vida e seu sustento. Um cegueira alienante.

É o fruto de uma plantação de há muito iniciada e que vem sendo irresponsavelmente mantida e alimentada com distrações promovidas pelo mundo oficial em conluio como grandes promotores da vida nacional, que manipulam e orquestram os dias como bem entendem. Haverá conseqüências maiores do que seres cegos e inconscientes como pilares da Nação?  A robotização, a perda da sensibilidade humana, o comportamento frio e calculista, o menosprezo pela vida e pelos seres humanos já tem apresentado  seus resultados danosos para todos. Ou colocar formol no leite e outras substâncias, falsificar medicamentos etc, esquartejar o marido, matar os filhos   não quer dizer nada?



A falta de crítica, a falta de criatividade, o descaso com tudo e a falta de motivação estão em todos os lugares, em casa e nas empresas. Mas como ser diferente, se o cidadão é mantido na dúvida, na rotina estafante de trabalho e apreensões, inclusive financeiras? Como querer que alguém não se concentre senão no seu próprio umbigo como última fortaleza, diante de uma permanente instabilidade? Esta lida, difícil, controlada e mantida dura, sepulta também muito talento, muitas pessoas inteligentes do país e que nunca tiveram lugar, destaque, nada, a não ser o trabalho duro. A vida, como está sendo conduzida aqui, devora muitos talentos, sepulta sonhos e mata seu futuro melhor; sacrifica a ética, a moral e faz valer o ganha-ganha a qualquer custo. O cidadão comum é colocado como adversário, inimigo comercial ou não, de seus semelhantes. 

Há um desprestígio do mérito, há o nivelamento por baixo. Uma das conseqüências imediatas é que a conversa entre as pessoas torna-se rala, vazia, cheia de mera descrição das coisinhas rotineiras e operacionais, sem muita reflexão, sem conteúdo crítico. A pá de cal em qualquer comentário mais aprofundado é dada  com a frase “ você está filosofando”, nada mais triste. Poucos são os grupos de pessoas que conversam algo com substância. Impera a mediocridade, a visão curta e o hedonismo. Tudo é voltado ao bem estar físico, a pouco fazer, ao nada pensar, à proteção do ganhar sem muito esforço, sem trabalho. Se há alguma opinião mais abalizada, é porque o umbigo está envolvido,o interesse pessoal e raramente decorre de uma visão mais geral, sistêmica, afastada dos pequenos interesses .

Este é o ambiente gerador e que vai dando exemplos à geração dos que nem trabalham, nem estudam nem nada fazem de produtivo. Que país subsiste com isto? Por quantas décadas ainda? O que dará dos cursos técnicos vazio, dos cursos de engenharia abandonados? 

Continuam a prevalecer as máximas do individualismo e do materialismo egoístico,fazendo valer o transitório, o pensar descontraído, o resultado imediato, o ganhar por ganhar, a ideologia do vagabundo hedonista, o reino da mediocridade. Tudo sob o domínio e controle de poucos grupos de Poder que em tudo mandam e programam para a já desmiolada geração de cidadãos vazios, casuais, procurando fugas e alegrias passageiras que os afastem de uma realidade triste e massacrante.

Culpado o cidadão? Culpados esses tarefeiros e seguidores? Seria leviano dizer que a culpa é totalmente da vítima e com isto excluir os idealizadores de tudo isso que os condicionam e os tornam preza fácil de uma idéia para criar facilidades de domínio e de Poder, para com isso fazer prevalecer o maior consumo de inutilidades, a aceitação popular inconteste das decisões e de tudo que lhes convier, a cegueira e a anestesia coletiva, a massificação, a robotização e o condicionamento com padrões, modelos e modas de momento em prol de comandos interesseiros , aventureiros e de piratas estrangeiros.

O cidadão comum, mesmo sob o julgo de tal situação, inconsciente parcial ou totalmente, pode não ter palavras para expressar sua indignação ou sua realidade, mas pensa. Não tem como conversar. Engole seus problemas, sufoca suas reclamações, sabendo que nada ou muito pouco acontecerá sobre os assuntos ou soluções que levantar. Silencia. Explode quando tiver oportunidade,  preferencialmente em situações que possam preservar seu anonimato. Reage assim em situações talvez bem distintas das que originaram sua revolta, ao que as ditas autoridades de momento reagem e não hesitam em caracterizar o evento como vandalismo, terrorismo ou falta de democracia.

No mais, a Nação foi mesmo condicionada a viver alienada, deixando a discussão e a solução dos temas locais e nacionais para os políticos, esperando soluções do alto. Tal aspecto cultural veio pela religiosidade e não desgruda do modo de pensar do povo, o qual fica cego e anestesiado perante o mando e o desmando das soluções descuradas. Nada ajuda. O Judiciário atolado, burocrático, ineficiente, parcial em certos casos e altamente remunerado; o Legislativo em todos os níveis confuso e sem norte; o Executivo incoerente, estrombólico, gastador e ilógico; uma classe política corrupta nadando em um sistema defasado, complexo e cheio de acordos e ajustes ; a vida social dando sinais de falta de boa referência, crescimento dos problemas de relacionamento entres as pessoas, violência familiar, dúvida dos pais sobre o que é certo ou errado neste mundo, aumento dos crimes hediondos inéditos no mundo, aumento da criminalidade e do império da droga, acúmulo de problemas que se entrelaçam dando às cidades o aspecto de falta de governabilidade e condições de vida sustentável. Os crimes domésticos e de rua já caracterizam pela quantidade uma guerra civil.

É visível que o caminho está errado. É o que resultou de décadas desse domínio inconseqüente, da falta de estudo, da falta de cultura geral, da desinformação, da guerra de mentiras virtuais, da falta de educação , da falta de esclarecimento, da falta de verdade, da falta de discernimento, da manipulação de informação, da inconsequente manipulação da mente popular,  da ignorância e do nivelamento por baixo, dos defeitos de avaliação, da falta de ciência, da falta de visão sistêmica para entender e dominar a conjuntura, o que dificulta e não facilita a vontade do cidadão de participar.  

Não há entre os cidadãos o clima para uma conversa particular para pensar, filosofar, trocar idéias, pois o que temos são cidadãos atormentados, inseguros, doentes, instáveis. Não há cultura e sapiência para isto e nem Português para expressar corretamente os sentimentos. O que impera é a conversa operacional de pessoas acostumadas ao fazer por fazer, à prática das coisas do dia a dia. Nesse ambiente nacional, não se dá valor nem se acredita mais numa conversa mais estruturada que leve as pessoas a entender nem que seja parte da  conjuntura. E mais,  há medo de saber, de estar consciente, pois se o cidadão souber onde está metido, não terá como consertar, como se livrar de tal domínio, o que poderá simplesmente redundar no fato de perder fé no que tem e nada ter em troca como alternativa de solução. Dar esclarecimento e consciência a quem está no eito pode acabar em algo mal feito. A preferência é pela ignorância e pelo não-saber como alienação consciente, inocente e pacífica para viver bem com o que tem.  A capacidade de reação positiva, a adoção de novo pensar e agir , novos caminhos, é mínima. Não há reação contra o que está ocorrendo com a Nação.  Isto dá carta branca para que se continue a fazer o que vem sendo feito. Não há mudança nenhuma a vista. Eleições vêm e passam e nada muda para melhor em termos de comportamento. Talvez surja alguma obra nova, aqui , ali, um serviço melhor por enquanto, mas isto não é mais suficiente para preencher o vazio do cidadão, o qual só pensa em fugir. Por isso para muitos continua a haver escuridão nos dias de sol. Há falta de luz interna, há dúvidas e pouca solução humana.

O Estado e seus políticos continuam a crer que as soluções materialistas e suas obras são a solução única de progresso pessoal; acreditam que uma ponte nova, uma avenida ou um estádio de futebol podem mudar o mundo e ser fonte de progresso. Mas então porque tanta violência, tantos problemas humanos nos centros urbanos? Por que só aumenta a criminalidade na industrialização? Por que as pessoas entram em depressão e deixam de estudar, trabalhar e produzir? Por que há tantos casos de conflitos pessoais e matrimoniais? Por que a família não é mais a prioridade? Não se pode entender, pois a rua está limpa, o prédio é novo, o carro é O KM e de luxo, a avenida foi inaugurada ontem, a praça está iluminada, todos têm televisão e celular. O mundo  material está uma beleza, mas o cidadão por dentro......  .

Já nota-se a desqualificação de mão de obra, a falta desta, a falta de técnicos , de engenheiros projetistas, estudantes abandonando o curso de Engenharia porque não acompanham o cálculo, a má qualidade de médicos e advogados etc; a educação nunca como prioridade, os altos índices de reprovação, a evasão escolar etc. E mais, medidas dos Governos para escamotear e tapear tais realidades. Isto tudo então não vai dar em nada, não vai trazer consequências para o  país? È necessário ler entre as linhas e ler os sinais dados pela realidade bem como o intangível que ali existe. Mas quem consegue, com tantas fontes programadas de distração? É necessário que o cidadão consciente saiba, nas entrelinhas do dia a dia, ler e estressar os cenários para ver as tendências que estão nos levando para o futuro. A Copa do Mundo, por exemplo, foi um verdadeiro celeiro desse exercício. Foi possível ver a Nação, o país e o povo agindo. 

Cansado e assustado o cidadão tentam buscar proteção. Bons profissionais abandonam a profissão, aposentam-se antes da hora, desistem e sua substituição é precária. Há vagas que necessitam ser preenchidas, isto ocorre com qualquer um, não importa  mais a qualificação.  Dane-se o curriculum, o que importa é que é “gente nossa”, eis o lema de muitas administrações.

Os seguidores e tarefeiros de todos os níveis sociais são mantidos nesta lida, controlados em seus desejos mais íntimos, em suas vontades, em seus gostos, em seus objetivos. A toda hora há anúncios e comerciais mexendo no intelecto do cidadão de todas as idades. São levados a pensar que o problema é geral, uma situação para a qual o Ser Humano mostra-se impotente em controlar, pois é o progresso, a modernidade, o avanço dos tempos. Todos são mantidos em seu nível econômico e cultural, amarrados as suas características tradicionais, forçados diariamente a  acreditar que não podem fazer nada, que o problema é dos outros e a solução deve ser dada pelos outros. E mais, pensam que o que está ocorrendo é comum a todos os países. Esperar, olhar para cima, ter fé e esperança que alguém irá resolver tudo.

É que o objetivo sempre foi o domínio, o controle de muitos por poucos. A cultura política é autoritária, antidemocrática, violenta na reação e tem sucesso à mediada em que o cidadão de todas as idades é silenciado, manipulado, sem recursos e mantido de cabeça baixa, aceita , vota fácil e segue e faz suas tarefas sem muito protesto a não ser por mínimas questões básicas de vida como transporte no bairro, atendimento no posto de saúde, falta de creche, uma rua sem asfalto. Nunca veremos na rua uma passeata por temas de fundo e de mais filosóficos e existenciais, apesar de serem estes os pontos cruciais para a Nação do modo como a mesma está sendo conduzida e manipulada. Nem a religiosidade está dando conta do problema atual.

Assim, de resto, tudo continua dominado e controlado, com a população em silêncio ensurdecedor e poucos usufruindo de benefícios do Poder quase absoluto, face o quase perfeito entrelaçamento garantido pela troca de favores, alianças políticas etc. A população, origem de todos as autoridades e políticos, vota como massa de manobra, vota por critérios que refletem o nível intelectual, ou seja, porque o candidato é bonitinho, simpático, carismático, fala e se veste bem, é rico e não precisa roubar, etc. Não se vota em idéias e propostas nem ideologia.  Vota-se em quem aparecer mais e tiver mais dinheiro e a melhor propaganda. Vota-se emocionalmente. Por falta de critério que leve em conta o espírito público e os interesses do país, esclarecimento, visão geral ou discernimento não há garantia alguma que por muito tempo a população ainda continuará votando nas eleições pelo faro, com o umbigo, visando o seu microcosmo, seus benefícios pessoais. Continuaremos a decidir em quem votar pegando “santinho” no chão no dia da eleição. A alienação é total durante a campanha e em 2014 nunca foi tão explícita. Os candidatos não comovem.   

Entre os políticos o debate de temas nacionais de fundo é marcado pela polarização e pelos interesses partidários e suas alianças comprometidas. Se existir proposta ou ideologia, valem só para a eleição, depois são esquecidas, pois o “jogo” é outro e o mundo político engole o mais puro e sincero político.

Ainda veremos muito nesta vertente, com a evolução da história de todos os casos chegando a um agravamento de uma crise sem precedentes. Quando o homem–comum efetivamente notar que seus sonhos básicos de ter uma casa, um carro e uma aposentadoria, talvez uma família e filhos, foram traídos, haverá uma reação sua ou de seus descendentes.

A quem querem os políticos e governantes enganar com este jogo teatral de direita e esquerda, enquanto se sabe que são todos pertencem à mesma cultura , ao mesmo saco de farinha e desejam o Poder com a mesma intenção predatória? Ademais, neste teatro de sessão contínua, o cenário econômico é que está  comprometido depois de tantas décadas  de espoliação do país, de modo que os políticos que vierem a serem empossados em 2015 nada poderão fazer na fazenda do Brasil, com sua limitação de pessoal, produção e cultura. Ainda demoraremos tempo para crescer porque é a forja do tempo que constrói a Nação, embora sua destruição possa ser feita em poucas décadas.  Infelizmente a rapidez no crescimento econômico não pode acompanhar o avanço tecnológico e a mudança de vitrines na feirinha de informática e eletrônicos . No momento há mais fatores de destruição do que construção.

Os políticos prometem, mostram planos bisonhos e depois nada fazem a não ser mudança de gestão, modos de administração na  mesma coisa, dão maior ou menor divulgação de seus atos na imprensa mais ou menos e todos agem do mesmo modo porque têm pouco espaço para manobras. Ademais, os políticos hoje estão profissionalizados, tal a complexidade do mundo que montaram em seu clube fechado. Só eles entendem dos entrelaçamentos, jogos e amarrações da vida política, de modo que se tornou difícil a participação de qualquer cidadão ,por mais idealista que seja. Eleitos novatos, estes perdem pelo menos 2 anos para entender a dinâmica do legislativo e suas entranhas.                              

Desde a menor Câmara Municipal, espalhando-se por todos os níveis de poder, a intenção básica inicial é “ agora eu vou me fazer”, querendo  dizer, vou fazer tudo para me aproveitar e ficar rico. E neste caminho, a venda da alma é o passo mais corriqueiro. A imprensa por sorte tem mostrado muito da realidade do mundo político. A transparência hoje é uma conquista da sociedade, todavia, pode também acarretar o desinteresse dos cidadãos honestos em participar da política face a sujeira da politicagem. O preço é muito alto para participar, talvez isto já explique o porquê de sempre os mesmos estarem disputando cargos eletivos, da falta de opções e da escassez de bons líderes. O individualismo tem também este efeito de fazer o cidadão não se interessar pelo todo e pela coisa pública.

Enquanto isso, o cidadão comum dá tudo de si para conseguir sobreviver, manter sua honestidade pagando impostos, segue sua vida e tem fé e esperança. O país, apesar de tanto esforço pessoal, atola seu futuro na burocracia, na falta de moralidade, pudor e encoberta ilegalidade de seus dirigentes. As gerações atuais não sentem que quem está tendo a vida futura comprometida são elas mesmas.  Elas é que pagarão pelo que está sendo feito. Enfrentarão resultados de decisões erradas e danosas, tomadas a longo tempo atrás e também agora. Verão consequências quentes de soluções aplicadas para satisfazer o imediatismo politiqueiro.  

O cidadão esvaziado em conceitos e formação, sem cultura, insensível, robotizado, massificado, condicionado é o ápice de sucesso de tudo isto, ao passo que o domínio do medíocre estabelece-se para controlá-lo e conduzí-lo ao bel prazer de seus interesses apátridas.

Na permanência da evolução dos problemas cruciais que afetam a Nação e a irresponsabilidade das decisões políticas, o país tem perdido e perderá mão de obra e produtividade para a violência em suas mais variadas modalidades do dia a dia, para a depressão pessoal, para os que se abandonam, para os cidadãos que emigram. O país envelhece, quem e como vai se trabalhar e produzir com qualidade e segurança?

O país foi construído pela iniciativa privada, por empreendedores, investidores que acreditaram em suas idéias e empresas, sem as quais não há impostos. Sem tributos como viverá o Governo de todas as épocas e sua ideologia desconexa? Sem trabalho não há casa, carro, viagens, alimentos, saúde etc. A Nação empobrece. O povo adoece.

A falta de recursos cria a dependência. Fica fácil que o Poder e seus habitantes transitórios de cada momento tornem-se falíveis, cediços aos interesses externos, de modo que tal proceder faça o país se ajoelhar às instituições externas, sem nada opor. Altera-se a legislação, os costumes, os comportamentos para acomodar interesses de piratas. São os poderes superiores, as forças terríveis, das quais falou Jânio Quadros ao renunciar à Presidência da República, deixando o país sem entender o que isto significava naquela época. Estes poderes agem no escuro, através de políticos, mudam as leis, pintam e bordam e o povo segue sua lida honesta, dedicando-s à luta perpétua pela melhor condição de vida. 

Ao longo de décadas e décadas, independentemente do governo, só pode-se notar o avanço de um a implantação adversa que reforça cada vez mais enfaticamente princípios do individualismo egoístico e tal força pressiona governos e o “establisment”, de modo que até mesmo partidos fortes em ideologia quando eleitos mudam de orientação, tal a pressão vinda de fontes de Poder que desejam preservar seus interesses e lucros. Inegável que o Brasil de hoje distanciou-se materialmente do Brasil de 1945, surgiram muitas cidades, muitos produtos e facilidades, mas a que custo humano? Poderia ter sido diferente se o progresso fosse qualitativo. Hoje a degradação do tecido social em suas milhares de faces ameaça o uso de muitas conquista materiais. Empreendimentos não saem de projeto porque não há mão de obra.

As conseqüências estão aí no dia a dia e sua influência maior ataca subliminarmente o cidadão, a base da Nação, tornando-o alienado, vazio, insensível, condicionado, frio, calculista e forçado; como última saída, a solução é cuidar de seu umbigo, algo bem individualista e egoístico, tutelado pelo materialismo desenfreado, baseado no consumo de bens na maioria inúteis. “ Danem-se os outros! Quero salvar a minha parte! Não tenho nada a haver com isto! Etc, são frases comuns que explicitam o que está acontecendo.

Apesar das qualificações e posições que cada um possa ter na sociedade, somos todos um só povo. Ninguém que pense que não é. Somos povo e povão. O mais alto funcionário do Poder Judiciário ao sair do cargo não é mais nada, a não ser cidadão e povo. Da mais alta autoridade ao mais desprotegido cidadão, sem título algum, todos somos cidadãos e povo. Podemos ter diferenças quanto ao preparo para a vida funcional, mas no básico somos seres humano, todos passíveis de condicionamento, de uniformização, o que pode diminuir em intensidade de acordo com o esclarecimento e consciência, mas seja lá como for somos todos responsáveis pela nossa casa, o Brasil de todas as vilas e cidades e suas realidades. Ninguém que se ache pior ou melhor, por seus bens materiais e posições transitórias, porque a Nação é o barco onde estamos e somos responsáveis pelo seu navegar. Todos os cidadãos têm valor, não podem ser reduzidos a meros tarefeiros sem importância. Na luta contra o assalto a empresas públicas e aos megas esquemas para garantir o financiamento de campanha ou seja lá o que for, todos devemos acordar e votar com consciência .

Nas eleições de 2014, votarão cidadãos de todo o país nos lugares mais  distantes, exercendo sua fé na democracia e na vontade de participar. Apesar do cidadão estar atordoado, desmotivado, cansado de sua lida dura; apesar de todo dia receber uma chuverada de notícias ruins e pessimistas, é necessário votar e mostrar ao pensamento político dominante, que continuar como vem conduzindo nos últimos 50 anos a coisa-pública não está certo. A esperança é que tanto o cidadão comum quanto o empreendedor, o empresário pequeno grande, não sejam afetados pelo pessimismo orquestrado e possam continuar lutando e construindo , gerando empregos, caso contrário  teremos o algo muito pior.

A grande maioria das pessoas é afetada grandemente pelo clima que é emprestado ao país através da mídia ou da percepção de que na sua rotina algo está errado. Cidadãos continuam a luta diária pela manutenção de seus sonhos de vida, todavia, numa vida produtiva que os agride e diminui, emburrece, bitola e condiciona, fazendo-os perder algum talento, o potencial e a inteligência criativa por mau uso de suas capacidades. A limitação intelectual de um povo é praga que marca gerações por muitas décadas. A cegueira decorrente só favorece a alguns e por algum tempo. Já é um mal sinal quando pessoas graduadas não tem criatividade, tornam-se tecnocratas e tarefeiros sem opinião e mesmo assim têm a falsa sensação de estarem progredindo funcional e profissionalmente. O próprio mau uso do dinheiro público já não seria a demonstração da falta de criatividade que esconde a verdade feita de incompetência e falta de horizontes mais largos?  Não seria o nosso modo de gestão pública e as idéias de interesse público de dirigentes no país inteiro, um sinal do cidadão vazio e alienado, eleito para o  exercício de um cargo público, embora sempre colocando sua omissão na falta de recursos.

Mantendo o cidadão atordoado, endividado, condicionado e cego, fica tudo mais fácil, pois neste quadro o cidadão fica vulnerável, eis que fragilizado e dependente de sua abatida economia pessoal; é mais fácil tê-lo por manipulável e manobrável. Mega interesses podem esmagar um cidadão, como uma pulga, se for necessário aos seus superiores interesses, pois compram a todos e a tudo se for o caso. São brasileiros que se acreditam bem superiores, que com seus descendentes vivem do Estado e acreditam ter direito absoluto de usufruir e usar o Estado para seus interesses, pois dedicaram a vida inteira a ele. São brasileiros que atuam a seu favor e tudo por dinheiro, fazem negócios pagos com 30 moedas apátridas e milhares de euros e dólares. Ao primitivo tempo de Jânio Quadros, as ditas forças terríveis eram uma ou poucas, hoje são plurais e de fontes diversas, internas e externas, mas todas perversas , apátridas e sem compromisso com a Nação. Ninguém atreve-se a contrariar seus interesses. A grande massa nem desconfia que é simples massa de manobra no dia a dia de suas rotinas mantidas tresloucadas, feitas para ocupar-lhes a existência e distrair-lhes a mente.   
              
Em eventos nacionais e internacionais, mostramos a nacionalidade acima de qualquer governo. Temos o Brasil na veia, mas forças superiores fazem com que o cidadão fique cego, condicionado e tal cegueira é danosa. Vota por critérios emocionais já antes mencionados, mas na  hora da falta de hospitais e equipamentos de saúde, educação, segurança etc, todos sofrem por igual. A responsabilidade é de todos.

Se no futebol e nos esportes torcemos pelo Brasil, por que nas eleições o mesmo sentimento não é  tão forte e consciente?

A Nação mora em um país de uma diversidade enorme. Temos no mesmo tempo, realidades do 1º ao 4º mundo. Por maiores as previsões, análises, projeções, adivinhações e chutes sobre os caminhos da Nação e do Brasil, economistas, sociólogos, psicólogos, políticos, filósofos não conseguem lidar com nossa imensa idiossincrasia, nossa mistura nacional, que de certo modo prejudica mas também protege o país contra ações e planos radicais.  Aqui nada dá certo como planejado pelas tais forças superiores porque tudo tem que ser adaptado as nossas múltiplas realidades e facetas. Nossa diversidade e diferenças regionais, sociais , culturais etc, impedem qualquer regime do mal de ter sucesso prolongado.

Com corrupção, com farra de dinheiro público, com mau uso de recursos, com obras públicas sem necessidade, com planejamento voltado para interesses de quem está no poder em qualquer governo e em qualquer época, nada consegue ser fórmula, regra, panacéia para o país inteiro, todavia, pelo meio de tudo, tem avançado as tendências e a implantação do individualismo pernicioso e danoso para a Nação. Como pano de fundo do teatro nacional, há o desenvolvimento de algo mais grave, de algo mais triste que afeta o modo de ser do cidadão, seu comportamento, sua espiritualidade e acaba enfraquecendo-o e ao mesmo tempo facilitando a implantação de interesses da tais forças superiores.  A população distraída pelo cenário aparente não nota que estão lhe sabotando a mente e de seus descendentes, sob a desculpa de que é o progresso, os novos tempos, a modernidade.

Dos que ainda usam arco e flechas até o astronauta brasileiro, da miséria existente em seu grau mais acentuado até o mais alto intelectual, encontramos de tudo e tal quadro é difícil de ser pintado numa tela só, de modo que teremos que conviver com muitas realidades por muitas gerações para ver no que vai dar na sucessão dos anos, regimes, governos que ainda vamos enfrentar, mas fica cada vez mais certo que cidadãos individualistas, materialistas, insensíveis, frios e calculistas só irão piorar o quadro ou quadros futuros a serem pintados.

No teatro montado, todos nós somos distraídos para eventos tais que não permitem ver o pano de fundo, o cenário permanente que está sendo mudado subliminarmente. A praga do individualismo está sendo disseminada través de propaganda publicitária, onde se vê exemplos tais de descaso ao amor ao Próximo, à renúncia, ao perdão, à solidariedade e outros itens que compõem a base espiritual da Nação.  Com tal praga o cidadão e seus jovens pensam ser auto-suficientes, um todo que se auto basta, vivem numa fantasia até que  precisem do todo e quando isto acontecer verão que o todo não corresponde a seu umbigo. Deste ponto em diante ficará reforçada a vida sem equipe, sem convivência, sem necessidade do todo e a derrota do Ser será inevitável.

O Brasil que acorde logo de seu berço esplêndido porque o futuro está sendo comprometido e em alto grau.   Quem bolou e vive deste esquema , não quer saber disso; depois da terra arrasada parte para outras terras em outro continente ou para nos nossos vizinhos. É o futuro de gerações que estão nascendo que estão tendo seus dias comprometidos.

Que não se brinque de votar, que não se brinque com nada, a Nação está correndo o sério risco que vai muito além de uma derrota no futebol, da falta de estradas e hospitais , de falta de segurança etc.

Infelizmente, por muitas gerações ainda veremos o que temos visto. Esta não é felizmente uma Nação que verá revoluções armadas e guerra civil militarizada, mas cada cidadão terá que enfrentar seus inimigos com o voto. Sua única chance de participação. O voto é a arma mais democrática para liquidar com o corrupto, como representante dos interesses superiores, com as forças terríveis, com o ladrão, com o mau político, com o mau gestor do dinheiro público, do campeão da imoralidade .

Não é luta fácil, é trabalho lento. Não haverá nova nação, nem Brasil diferente, nem país novo. É luta do tempo e muitos votos ainda serão gastos até que seja o Brasil de todos da Nação preservada em suas melhores bases espirituais .

Já será um começo, o voto certo, justo, honesto e também será um ato bom que cada pai, cada mãe poderá fazer para começar a cuidar da célula mínima da Nação, a sua casa, a sua própria família e sua própria vida e ali restabelecer os princípios perenes da vida e da convivência.

Se não fizermos nada para acabar ou diminuir a força das tendências do individualismo, não haverá vencedores nem individuais nem coletivos. Nenhuma Nação subsistirá que possa valer à pena e poderemos ver muitos jovens desistindo do Brasil.  A persistirem as tendências atuais, pode-se prever que todo o entrelaçamento e o jogo dos políticos será tão somente mais um dos emaranhados burocráticos do país e não dará bons resultados. E ficamos todos pasmados, vendo a parte comer o todo, acreditando cegamente que tudo isto é “progresso”.

Uma vez o Contra- Almirante Saldanha da Gama em 1893 em seu manifesto disse: “ Compatriotas! Os povos que abdicam de seu direito não podem queixar-se dos seus opressores....Mostrai que não somos um povo conquistado,mas um povo livre e cônscio dos seus destinos”.  Mal sabia Saldanha da Gama no começo da República quanto e o que ainda ocorreria  nesta temática.


Odilon Reinhardt.